*Da Redação Dia a Dia Notícia
Na manhã desta terça-feira (30), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda da refinaria Isaac Sabbá, também conhecida como Refinaria de Manaus (Reman), da Petrobras, para a Ream Participações, empresa do grupo Atem. O tema foi, ao longo dos últimos 10 meses, objeto de análise técnica detalhada e exaustiva pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e trouxe como desfecho a aprovação da transação mediante um Acordo de Controle de Concentração (ACC).
O acordo proposto pela Ream Participações visa atender às preocupações manifestadas pelo conselho. Com a aprovação, foi cumprida a principal etapa que precede o fechamento da transação, que ainda está sujeito ao cumprimento das demais condições previstas no contrato de compra e venda.
“O Grupo Atem agradece a Deus por mais este importante passo e reforça seu compromisso com o desenvolvimento da Amazônia e seu propósito de abastecer a região, oferecendo um alto nível de serviço, com qualidade, regularidade e segurança, valorizando as pessoas e o meio ambiente”, afirmou o presidente do Grupo Atem, Naidson de Oliveira Atem.
Sindicato promete resistência
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, classificou a decisão como “gravíssima para a região Norte, pois incentiva a criação de mais um monopólio regional privado no setor do refino brasileiro, com consequências desastrosas para o consumidor local”.
“Tanto que, além da FUP e do Sindipetro Amazonas, empresas de energia, como Raízen, Ipiranga, Equador, também se colocaram contra a privatização e a consequente geração de monopólio pelo grupo Atem no Estado”, afirmou Deyvid.
As entidades sindicais, assim como a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro), vêm denunciando há tempos os efeitos nocivos da privatização da Reman. Além da refinaria estar sendo entregue a preços irrisórios, há graves riscos de desabastecimento e aumento dos combustíveis no estado do Amazonas, com impactos em todo o mercado de óleo e gás na região Norte e, consequentemente, para os consumidores.
O coordenador do Sindipetro Amazonas, Marcus Ribeiro, também alerta que a luta contra a privatização da Reman não se encerra com a decisão do CADE e reforça a importância dos trabalhadores continuarem resistindo ao desmonte do Sistema Petrobrás.