No programa Manhã de Notícias na rádio Tiradentes desta terça-feira, dia 08, o radialista Ronaldo Tiradentes afirmou que o senador Eduardo Braga (MDB-AM) está armando um plano para afastar o governador Wilson Lima (PSC) do mandato. Segundo Ronaldo, Braga “precisa afastar os dois para ter uma nova eleição no Estado”, referindo-se também ao vice-governador Carlos Almeida (PSBD).
“Eu tomei conhecimento, no final de semana, de detalhes sobre o plano traçado pelo estrategista Eduardo Braga para afastar do governo Wilson Lima e o vice. O plano do Eduardo Braga contempla os dois, ele precisa afastar os dois para haver uma nova eleição. Aí Dudu Braga, candidatíssimo ao governo, mas tá trabalhando em Brasília, feito louco ali, um alucinado pra afastar os dois”, afirmou, Ronaldo, citando ainda que “o Eduardo vive maquinando essas coisas, a cabeça dele só pensa nisso, só pensa em poder. É aquele cara que não se conforma com derrota, o povo já o varreu em duas eleições, mas ele tá sempre ali maquinando, tá sempre patinando”, disse o radialista durante programa de rádio.
Braga é senador pelo Amazonas e vem se articulando para disputar as eleições em 2022 ao Governo do Amazonas.
Ele foi governador do Estado por dois mandatos. Nesse período, Braga colecionou escândalos em seu governo.
Propina para construtoras
Durante as delações premiadas da Operação Lava Jato, em 2016, dois ex-executivos da construtora Andrade Gutierrez afirmaram que Braga, durante os oito anos como governador do Amazonas, exigia pagamento de propina de 10% sobre o valor de cada obra da empreiteira.
De acordo com um dos delatores, Braga teria recebido entre R$ 20 e R$ 30 milhões. Os empresários também afirmaram que, para vencer a concorrência da obra da Arena da Amazônia, a empresa teve informações privilegiadas do governo estadual. A Andrade Gutierrez também foi responsável pelas obras do Prosamim, orçadas em R$ 400 milhões.
Em delação do ex-executivo da Camargo Corrêa, responsável também pela Odebrecht, foi denunciado que Braga recebeu R$ 1 milhão pela construção da Ponte do Rio Negro, obra iniciada no seu mandato e entregue em 2011, que custou R$ 1,1 bilhão.
O Supremo Tribunal Federal chegou a abrir inquérito para investigar as acusações, mas, depois de 15 meses, o ministro Alexandre de Moraes determinou o seu arquivamento, pois segundo ele, não foram produzidas provas suficientes que justificasse o prosseguimento da investigação.
Obras fantasmas do Alto Solimões
Em 2008, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) do governo Eduardo Braga contratou a empresa Pampulha Construção e Montagens LTDA. por R$ 34,9 milhões para realizar obras de pavimentação de ruas no interior do Estado. Sem executar o serviço, a empresa recebeu R$ 18 milhões no primeiro mês de contrato. O caso ficou conhecido como “obras fantasmas do Alto Solimões”.
Em 2019, devido a uma falha administrativa, a Corte do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) anulou as decisões do processo que, dois anos antes, havia condenado ex-prefeitos e demais gestores a devolver R$ 62 milhões ao Estado.
Apenas em abril deste ano, a juíza Etelvina Braga, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), julgou o caso das obras fantasmas do Alto Solimões e aplicou multa civil para os responsáveis, que protocolaram, neste mês, recursos de apelação.
Superterreno do Santa Etelvina
Em 2003, o Governo do Amazonas na gestão de Braga desapropriou, por R$ 13,1 milhões, um terreno da empresa Colúmbia Engenharia que havia sido adquirido, três meses antes, por R$ 400 mil, uma supervalorização de 3.423%.
A área de 642.951 metros pertencia a duas irmãs aposentadas, que afirmam ter sido pressionadas para vender o terreno para a empresa RN Incorporação. Após a venda, o terreno foi transferido para a Colúmbia Engenharia. As duas empresas possuíam a mesma pessoa como sócio.