Jair Bolsonaro está cada vez mais próximo do partido Patriota. O partido que protagonizou a cena política de segunda-feira (31) com uma convenção nacional marcada por uma briga interna que foi parar na Justiça, já abriga o filho 01 do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, que se filou ao partido no mesmo dia.
Na noite dessa terça-feira (1), Bolsonaro praticamente confirmou seu ingresso ao Patriota em conversa com apoiadores na porta Palácio da Alvorada. A declaração foi dada horas depois de Bolsonaro se reunir com o presidente do Patriota, Adilson Barroso, no Planalto.
“Todo mundo é Patriota agora?”, perguntou um apoiador ao presidente, na portaria do Palácio da Alvorada. “Está quase certo, estamos negociando. É como um casamento: tem de ser programado, planejado, senão dá problema”, respondeu Bolsonaro.
Briga interna
A chegada dos Bolsonaros no partido foi marcada por uma briga interna entre os dirigentes que ficou evidenciada na convenção realizada na segunda. O presidente nacional é acusado de utilizar a chegada do presidente da República e filho para cometer irregularidades na condução da legenda.
“Não somo contra a vinda do Bolsonaro. Não entramos na Justiça contra a vinda do presidente. Entramos na Justiça para questionar uma séria de irregularidades que ele (o presidente nacional) cometeu”, afirmao secretário geral do Patriota e presidente do partido em Goiás, Jorcelino Braga.
Braga diz que Adilson Barroso destituiu membros do diretório antes do prazo de vigência das funções, que é de quatro anos. “Ele destituiu quatro de nossos membros e colocou quatro nomes ligados a ele via um sistema do Justiça Eleitoral sem passar por uma convenção”, explica Braga.
Além disso, o secretário-geral destaca que o presidente nacional substituiu o secretário de Organização do partido e criou dois cargos – primeiro e segundo vice-presidente de honra –sem passar por convenção partidária.
“Ele fez tudo de forma irregular para ter maioria no voto e aprovou um estatuto por aclamação, porque deixamos a mesa ao observamos que era um golpe. Ele aprovou um estatuto que ninguém tem conhecimento do que está lá dentro”, condena.