*Da Redação Dia a Dia Notícia
O estado do Amazonas e a capital Manaus entraram de vez na rota de viagens do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A convite de parlamentares e representantes evangélicos, o atual chefe do executivo vem à capital amazonense neste sábado (28/05) para participar da Marcha para Jesus. Já Lula pode visitar o estado na segunda semana de junho para encontrar indígenas, caboclos, ribeirinhos e seringueiros. Contudo, a viagem de Lula ainda possui outros dois possíveis destinos: Macapá, capital do Amapá, e Belém, capital do Pará.
Política religiosa
No início de maio, o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) convidou o presidente da República para participar da Marcha para Jesus 2022 em Manaus. O pastor Valdiberto Rocha, presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos do Amazonas (Omeam), entregou a camisa oficial da marcha para Bolsonaro e afirmou que a possibilidade de ele vir era de 95%.
Nos últimos dias, o líder do Movimento Conservador do Amazonas, Sérgio Kruke, confirmou a participação de Bolsonaro no evento religioso. A presença do presidente já era anunciada desde abril pelo coronel Alfredo Menezes (PL), pré-candidato ao Senado Federal.
Oposição ambiental
A viagem de Lula à Amazônia ocorrerá após passagens pela região Sul, onde tem maior rejeição eleitoral. O petista busca transformar sua agenda na região em uma viagem simbólica, se encontrando com lideranças indígenas, moradores de comunidades e trabalhadores florestais. Lula, com isso, tenta se mostrar como um contraponto a Bolsonaro, criticado continuamente por sua política ambiental.
Segundo dados, as medidas do governo federal desde 2019 levaram a um aumento do desmatamento da Amazônia e à exposição dos povos indígenas a muitos riscos. O posicionamento do presidente em favor do garimpo também pesa na balança.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), coordenador de campanha de Lula, afirmou que a reunião do ex-presidente com os povos tradicionais ainda não tem lugar certo, mas que Manaus é uma das principais cotadas.
“Estamos planejando fazer uma participação do Lula em uma espécie de encontro com os povos da floresta, para assinalar o que deve vir a ser o governo Lula para a Amazônia, em contraponto ao que é o governo Bolsonaro”, afirmou.
Durante uma reunião com indígenas do Acampamento Terra Livre, que protestava em Brasília contra o chamado marco temporal, Lula prometeu que criaria um ministério somente para questões dos povos indígenas em eventual governo, caso vença as eleições.