*Da Redação Dia a Dia Notícia
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, na segunda-feira (6), após compartilhar em seu perfil no X um vídeo sobre a “indústria das balsas”. A postagem foi realizada após a vitória da atriz brasileira Fernanda Torres no Globo de Ouro.
Sem citar o nome de Fernanda Torres e o filme “Ainda Estou Aqui”, longa dirigido por Walter Salles, o ex-presidente sugeriou que o governo Lula tem priorizado recursos para a lei em detrimento de investimentos na infraestrutura do país.
Em seu perfil no X, antigo Twitter, Bolsonaro repostou um vídeo de dezembro do ano passado em que um homem reclama da “indústria das balsas” em Goiânia para então reclamar da Rouanet.
“O investimento em infraestrutura é rechaçado pela gestão Lula e, coincidentemente, jamais cobrado por outros governantes de outrora. Enquanto isso, a Rouanet?”, escreveu.
– Parece vídeo repetido, mas não é. Outro brasileiro denunciando a volta da INDÚSTRIA DAS BALSAS.
– O investimento na infraestrutura é rechaçada pela gestão lula e coincidentemente jamais cobrada conclusão por outros de outrora.
– Enquanto isso, a Rouanet… pic.twitter.com/1aUjgslpiq
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 6, 2025
Nos comentários, simpatizantes de Bolsonaro endossaram as críticas à lei de incetivo fiscal para cultura, enquanto outros usaram fotos de Torres ostentando seu Globo de Ouro em tom de provocação.
Porém, apesar da indireta de Bolsonaro, “Ainda Estou Aqui” não captou recursos provenientes da Lei Rouanet. O longa de Walter Salles não tinha autorização para obter verbas da Rouanet por uma probição da própria lei.
Desde o ano de 2007, a Lei Rouanet não autoriza financiamentos de longas de ficção. Na ocasião, a lei original foi alterada para determinar que apenas “obras cinematográficas de curta e média metragem, [além de] filmes documentais” podem captar recursos da Rouanet.
Esse não é o caso de “Ainda Estou Aqui”. O filme estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello possui 2h19m de duração. O título se tornou alvo de críticas principalmente por retratar a violência durante a ditadura, como o sequestro e assassinato de civis. O deputado federal Mário Frias (PL-SP), também criticou o longa e a conquista inédita de Torres para o Brasil.