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Bicentenário da Independência do Brasil pode cair como tema da redação do Enem; entenda

Foto: Reprodução/Pintura de Pedro Américo

‌*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

Este ano, o Brasil comemora 200 anos de Independência, e este marco oficial na história brasileira pode se tornar tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2022) e outros vestibulares.

No dia 7 de setembro se comemora a data em que Dom Pedro I, príncipe regente da então colônia portuguesa, anunciou a Independência do Brasil às margens do rio Ipiranga, em 1822.

Em 2022, o Brasil comemora o Bicentenário da Independência, para relembrar o país como nação independente e não mais colônia de Portugal.

A proclamação da Independência não foi um avento isolado, antes disso, o território foi cenário de outros eventos históricos como a Revolução Pernambucana de 1817 e o famoso Dia do Fico, que foram necessários para a liberdade do Brasil.

Pedro Castellan, professor de história no Colégio Rio Branco e coordenador do Portal do Bicentenário, site que produz pesquisas e materiais didáticos sobre a independência brasileira, falou a Revista Quero sobre a importância do tema e como ele pode cair nos grandes vestibulares como o Enem.

O professor destacou que o processo de independência foi uma ação revolucionária, que rompe com as amarras impostas pela metrópole e constrói ou, pelo menos, dá início à construção de uma nação independente:

“O significado para a história brasileira é que a gente dá início à nação brasileira, à construção de uma nacionalidade, à construção do nosso primeiro conjunto de leis próprias. Esse processo é revolucionário porque marca essa ruptura, embora tenha se mantido características conservadoras”, pontua.

Para o especialista,o Bicentenário da Independência é um forte tema para o Enem 2022, que pode ser tratado partir de atualidades e processos históricos internacionais. Por exemplo, uma questão de vestibular pode abordar não somente o que ocorreu no Brasil em 1822, mas também em todo o contexto atlântico transnacional do século XIX, como a independência das colônias espanholas, a independência dos EUA e também do Haiti, ex-colônia francesa. Todos esses processos marcaram e influenciaram de certa forma o pensamento brasileiro independentista.

Outro ponto que o professor destaca são os conflitos internos e externos que levam à independência brasileira, como a expansão territorial de Napoleão Bonaparte na Europa, a fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro e todo o período Joanino.

Já dentre os conflitos internos que impactaram o processo de independência estão a Inconfidência Mineira de 1789, a Conjuração Baiana de 1798 e, mais tarde, a Revolução Pernambucana, em 1817. No vestibular, todos esses conflitos podem ser relacionados com o pensamento e o desejo pela independência, uma vez que indicam o descontentamento da população contra o controle de Portugal e as desigualdades existentes.

Uma dica que o professor dá é olhar para as reivindicações políticas desses movimentos e entender quais eram seus interesses. “Uma questão de vestibular pode trazer tanto as questões internas anteriores à independência quanto às questões externas ou quanto o dialogo entre esses dois processos, um influenciando o outro de maneira cíclica”, afirma.

Outra perspectiva de como o assunto pode cair nas provas é a forma como ele se relaciona à memória e construção de identidades ao longo do tempo. Isso porque o processo de independência e a figura de Dom Pedro I foram ressignificados dentro da construção da memória brasileira, o que pode ser visto no final da monarquia em 1889, com o famoso quadro “Independência ou morte”, de Pedro Américo, ou na figura do “herói nacional” no centenário da independência em 1922 e também mais tarde, durante a Ditadura Militar em 1972, com a vinda dos restos mortais de Dom Pedro I enquanto símbolo do nacionalismo e do patriotismo.

“Tematizar a independência, fazer o diálogo entre o presente e o passado e estabelecer conexões entre outros processos de independência no século XIX, como américa espanhola, Haiti e Estados Unidos, em diálogo com o processo brasileiro, são formas que podemos construir argumentos e conhecimentos ligados a como essas questões vão cair no vestibulares e como a gente pode se preparar”, esclarece o professor.

 

Conteúdos relacionados à Independência do Brasil que podem cair no vestibular

Na hora de estudar sobre o tema para o Enem, o professor afirma que, além de entender como foi o processo da independência no Brasil, é importante estar ligado a outros assuntos relacionados a esse período histórico, tais como:

  • Ideias iluministas que circularam pela
  • Europa nos séculos XVII e XVIII
  • Expansão napoleônica
  • Enfraquecimento das metrópoles europeias
  • Período Joanino
  • Lutas de independência dos escravizados no Haiti, que por meio disso conquistam sua independência
  • Independência da América Espanhola
  • Revoltas coloniais no Brasil

 

De que forma a Independência do Brasil pode cair na redação do Enem?

Em 2022, além dos 200 anos de Independência, o Brasil passa por novas eleições para cargos de presidente, senador, governador, deputados estaduais e federais, além de discussões sobre a possível manutenção da Lei de Cotas, que são assuntos que podem enriquecer o texto.

Para o professor, pensar todo esse processo de independência, de luta, resistência e projetos políticos pode ser um bom gancho para pensar: qual o Brasil que queremos ter em mais 200 anos? Ou então, no ano do bicentenário da independência, pensar no que ainda há a ser feito para a conquista de uma sociedade mais justa e igualitária no país.

Dessa forma, os temas de redação podem trazer diálogos relacionados à construção da nação brasileira, aos projetos nacionais que estiveram em disputa em 1822, estiveram em disputa cem anos depois e agora, no bicentenário, ainda estão em disputa. Segundo o professor, além do assunto cair como tema central, a questão do bicentenário pode também ser utilizada indiretamente na abordagem de outros temas.

“Somos uma nação independente geopoliticamente. Economicamente, essa independência veio pra quem? Ainda temos muitos grupos de pessoas marginalizadas e que sofrem preconceito, racismo, xenofobia e homofobia. Temos um conjunto de problemas sociais atuais que remetem a essas características da independência brasileira e isso pode estar sendo discutido na prova e na redação do Enem”, finaliza.

*Com informações da Revista Quero Bolsa

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