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Bia Ferreira sai das Olimpíadas com uma prata e já pensa no ouro em Paris

Primeira sul-americana a disputar uma decisão de Jogos, lutadora baiana espera inspirar meninas
COB

A pugilista Beatriz Ferreira ficou com a medalha de prata na Olimpíada de Tóquio, ao perder, neste domingo, a final da categoria dos pesos-leves (até 60 kg) para a irlandesa Kellie Harrington, em decisão unânime dos cinco jurados: 29 a 28 para três deles e 30 a 27 para dois.

“Espero que com essa visibilidade toda, as meninas se animem a lutar e que não tenha só uma Bia, nem só uma Adriana [Araújo, bronze em Londres-2012], mas várias meninas. Eu vou ficar feliz, e vai ser uma parte do meu trabalho sendo realizada”, disse Bia após a luta na madrugada deste domingo (8), horário de Brasília.

O resultado dela não é apenas o amadurecimento do esporte que praticamente não existia no país há 30 anos. Coroa também o melhor desempenho do boxe brasileiro na história dos Jogos. Além de Bia, o país foi ouro com Hebert Conceição (até 75 kg) e bronze com Abner Teixeira (até 91 kg).

Bia Ferreira x Kellie Harrington — Foto: Buda Mendes

Superou a previsão do técnico da equipe, Mateus Alves, de dois pódios.

“Desculpa, pai. Desculpa, Brasil”, disse a brasileira para a câmera, após a derrota. Ao caminhar para o vestiário, em seguida, colocou a mão direita, ainda com a luva, sobre o lado esquerdo do peito e pediu perdão de novo, desta vez para os integrantes da delegação do país presentes na arena Kokugikan.

O pai dela, o ex-pugilista e treinador baiano radicado em Juiz de Fora, Raimundo Ferreira, conhecido como Sergipe acompanhou de longe e ouviu da filha após a decisão da arbitragem.

Sergipe foi treinador e é o grande incentivador da filha no boxe. Ele foi tricampeão baiano e bi do Brasileiro, nos pesos-galo e supergalo, além de ter sido sparring do tetracampeão mundial Acelino “Popó” Freitas por cinco anos.

Na leitura de Sergipe, a brasileira venceu a luta. Ele reconheceu o nível da atleta e garante que ela vai estar melhor nos próximos jogos olímpicos.

“Levantar a cabeça e partir para frente. É uma atleta nova, cada vez melhorando. Estou muito feliz. É a primeira olimpíada que minha filha disputa, subindo no pódio. É uma felicidade ela estar neste patamar. Não vai abalar a gente. O trabalho vai continuar e vamos estar mais fortes na próxima”, disse.

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