Na corrida por um cargo na Câmara Municipal de Manaus (CMM) está cada vez mais comum políticos serem atacados com notícias falsas e agressões verbais durante o período de campanha política. A vítima, desta vez, é a bancada coletiva composta por cinco mulheres do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), encabeçada pela candidatura de Michelle Andrews.
O modelo de mandato coletivo ou compartilhado tem sido uma proposta inovadora em Manaus, apesar de ter apenas um representante registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o mandato permite que um grupo de pessoas tome decisões em prol da sociedade. Em Manaus, três candidaturas coletivas vão disputar as eleições municipais de 2020.
Após massificar nas redes sociais e em grupos de mensagem a proposta do mandato compartilhado e suas pautas, as mulheres da bancada coletiva estão sofrendo uma série de ataques políticos, a maioria deles, por meio de grupos de mensagem. Em uma das publicações o autor da mensagem chega a chamar o grupo de fascista e classifica o novo modelo de gestão como ‘desastre’.
O texto diz que do ponto de vista político a ‘bancada coletiva’ é sedutora para as feministas e que dão a falsa sensação de pertencimento a uma luta legítima. A publicação finaliza dizendo que trata-se de um “movimento social e nestes termos a bancada coletiva é um desastre”.
Uma das componentes da bancada coletiva, Alessandrine Silva, reagiu aos ataques. “Nós sempre soubemos que a política é um espaço que afasta mulheres, permeada sempre por homens que não parecem se sentir à vontade com essa ocupação. Temos ouvido comentários sobre a nossa candidatura que corroboram com esse entendimento, como por exemplo, quando um certo candidato reforçou que a função das mulheres na política é só de preencher a cota que possibilita a candidatura de homens. Sobre isso, adotamos estratégias de ignorar as provocações e continuar construindo uma das campanhas com mais presença digital e diálogo popular com a cidade, entretanto esses ataques têm se intensificado”, destacou.
Depois de ter acesso a todas as mensagens encaminhadas a apoiadores, familiares e eleitores, a bancada coletiva se posicionou.
“Não é a primeira vez que temos notícias de pessoas que atacam a Bancada Coletiva por meio de mensagens no whatsapp. Enquanto essas perseguições estavam em um campo mais restrito não nos preocupavam, entretanto, agora essas mensagens estão sendo direcionadas aos nossos apoiadores, a pessoas que demonstram o seu voto na Bancada Coletiva. Nesta semana, foram encaminhadas algumas mensagens que destilam violência política, que ofendem a nossa construção e que deturpam o coeficiente eleitoral”, criticou Alessandrine.
De acordo com o Toda Hora, a bancada informou que já buscou orientação com o jurídico sobre o assunto.
“Nós queremos ética nas eleições, queremos continuar fazendo nossa campanha sem sermos atacadas com mentiras, que sejamos respeitadas nas redes e nas ruas e é fundamental que todos contribuam para uma eleição limpa”, finalizou.
