Considerado um dos medicamentos mais importantes do século 20, a azitromicina é frequentemente usada no tratamento de infecções respiratórias ou sexualmente transmissíveis.
O que é azitromicina?
Trata-se de um medicamento que faz parte do grupo dos antibióticos com efeito antibacteriano. Conhecida também como azitromicina di-hidratada, ela é definida como um macrólido de amplo espectro, isto é, atua contra muitas bactérias (gram-positivas e gram-negativas), incluindo a Bordetella pertussis, espécies de Legionella, Mycoplasma pneumoniae, Treponema pallidum, espécies de Chlamydia e do complexo Mycobacterium avium
Em quais situações ela deve ser usada?
Como é um antibiótico, esse medicamento só pode ser vendido sob prescrição médica e a receita deve ser retida para controle de seu consumo. Dada a ampla utilização desse fármaco, ele é considerado muito seguro. Contudo, é importante que você faça o uso racional, ou seja, utilize-o de forma apropriada, na dose certa e por tempo adequado. Ao não respeitar as indicações do médico ou cirurgião dentista, você colabora para a resistência bacteriana. Isso significa que o antibiótico poderá não fazer efeito quando for necessário usá-lo em outra oportunidade.
A azitromicina pode ser usada nos seguintes casos:
Bronquite
Pneumonia
Sinusite
Faringite
Inflamação das amígdalas
Infecções de pele e tecidos moles
Otite
IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis)
O medicamento poderá ainda ser indicado em outras condições, como na terapia da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), e até na inflamação intestinal causada por bactéria.
Entenda como ela funciona
A azitromicina possui excelente farmacocinética, ou seja, é bem absorvida e distribuída pelos tecidos, até que chega a seu alvo, efetua sua ação, se transforma em um produto a ser eliminado (metabolização). Ao finalizar sua tarefa, ela é excretada pela via hepática e renal.
Quanto à farmacodinâmica, tem ação bacteriostática, portanto, atua impedindo que as bactérias produzam as proteínas que necessitam para crescer e se multiplicar. A explicação é de Cynthia França Wolanski Bordin, farmacêutica e professora das Faculdades de Farmácia, Enfermagem, Odontologia e Medicina da PUC-PR.
Qual a relação entre azitromicina e covid-19?
Até o momento, não existem medicamentos ou terapias aprovadas pelas autoridades médicas e sanitárias para prevenir ou tratar a covid-19 —doença causada pelo coronavírus. As estratégias que os médicos dispõem buscam prevenir infecções e controlar o avanço e a gravidade da doença, incluindo o uso de oxigênio e ventilação mecânica quando indicados.
Contudo, entre as abordagens terapêuticas utilizadas contra a covid-19, já relatadas em artigos internacionais, destaca-se o uso combinado da azitromicina e cloroquina/hidroxicloroquina, especialmente em pacientes com pneumonia, doença pulmonar, doença respiratória aguda, desde que relacionada ao vírus Sars-CoV-2, e até mesmo na prevenção de quadros graves.
De acordo com o Informe Diário de Evidências – Covid 19, publicado pelo Ministério da Saúde em 07/05/2020, a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) já havia aprovado sete ensaios clínicos brasileiros que buscam avaliar a segurança e eficácia do uso combinado desses medicamentos. Embora promissores, tais opções de tratamento têm sido feitas em caráter experimental e sob a essencial supervisão médica.
O Ministério da Saúde mantém uma cartilha (em pdf) para o Uso Racional de Medicamentos, mas você pode complementar a leitura com a Cartilha do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos – Fiocruz) (em pdf) ou do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (também em pdf). Quanto mais você se educa em saúde, menos riscos você corre.