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Autoridades temem que nova cepa do coronavírus se espalhe com transferência de pacientes de Manaus, aponta colunista da Folha de São Paulo

Governador do Amazonas diz que não há alternativa a não ser deixar pacientes morrerem na cidade
Foto: Lucas Silva/Secom

Um dos temores de autoridades com a transferência de pacientes de Manaus para outros estados era a possibilidade de a nova cepa do coronavírus se espalhar com velocidade para outras regiões. O governador do estado, Wilson Lima (PSC-AM), dizia que não havia outra alternativa —a não ser deixar que os doentes morressem sufocados nos hospitais da cidade, destaca Mônica Bergamo na coluna da Folha de São Paulo desta sexta-feira, dia 15.

ALERTA

A tragédia da falta de oxigênio para pacientes de Covid-19 em Manaus (AM) mobilizou autoridades do Judiciário e do Legislativo, que pressionaram o governo de Jair Bolsonaro para tomar providências mais efetivas contra a crise.

ALERTA 2

O Ministério da Saúde enviou a algumas delas um documento intitulado “Operação Oxigênio”, com uma lista de procedimentos que já estavam sendo tomados —como a transferência de pacientes para outros estados.

LOTADO

Uma tabela mostrava os estados que teriam leitos para receber os brasileiros de Manaus. A situação era dramática: nove deles tinham ocupação média de mais de 70% das UTIs. E não poderiam receber os pacientes.

LISTA

Na lista vermelha estavam Pernambuco (83%), Mato Grosso do Sul (80%), Paraná (80%), Espírito Santo (79%), Rondônia (78%), Santa Catarina (75%), Rio Grande do Sul (74%), Bahia (73%) e Minas Gerais (71%).

MÃO DUPLA

O documento afirmava ainda que a White Martins, que fornece o oxigênio medicinal, tinha “condições de manter uma ponte aérea”, levando o produto “de Guarulhos a Manaus” transportando “5 mil m³ por perna”. Mas desde que a FAB (Força Aérea Brasileira) levasse os recipientes vazios de volta a Guarulhos.

MORFINA

As autoridades receberam relatos dramáticos de profissionais de saúde que atuam na cidade. Uma médica do hospital 28 de agosto relatou, por exemplo, que pacientes estavam recebendo morfina para não sentirem a angústia do sufocamento.

SILÊNCIO

A coluna entrou em contato com a direção do hospital —mas as instituições estão orientadas a não passarem informações para os jornalistas. Qualquer contato, só via Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas. Que também não retornou às chamadas.

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