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Ausência de Lula, embates de Tebet, padre “fake” e afagos entre Ciro e Bolsonaro dominam debate no SBT

Foto: Reprodução/SBT
*Da Redação Dia a Dia Notícia

O debate entre os candidatos à presidência da República realizado neste sábado (24/9) foi marcado por embates fortes entre o presidente Jair Bolsonaro e os outros candidatos. Ausente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi criticado diversas vezes, mas sem ele a maioria dos ataques foi direcionada a Bolsonaro. O atual chefe do executivo teve como principais adversárias as senadoras Soraya Thronicke (União) e Simone Tebet (MDB), enquanto encontrou um aliado no Padre Kelmon (PTB).

O debate, mediado pelo jornalista Carlos Nascimento, foi realizado pelo SBT em um poll de emissoras, quando várias retransmitem o mesmo programa. Os parceiros do poll foram a emissora CNN Brasil, o jornal Estadão, a revista Veja e as rádios Terra e Nova Brasil FM.

O encontro iniciou acalorado com uma pergunta de Tebet para Bolsonaro. A senadora acusou o governo federal de não priorizar as crianças brasileiras, em referência ao veto de Bolsonaro ao aumento da verba para merenda escolar.

Em resposta, o presidente da República afirmou que o Orçamento é feito em parceira com o Legislativo e que ainda não foi votado no Congresso Nacional.

“O Orçamento é feito em quatro mãos, por Executivo e Legislativo. O orçamento não foi votado ainda. A senhora votou para derrubar meu veto ao orçamento secreto. A responsabilidade de governar é do Executivo e Legislativo” respondeu Bolsonaro.

Tebet replicou e disse que o presidente “tirou dinheiro de creches e escolas para pagar orçamento secreto, pagar apoio. Isso é corrupção. As crianças estão comendo bolacha”.

Diversas vezes, Bolsonaro alegou que não teria ligação com o orçamento secreto, forma como a imprensa chama as emendas de relator e apontado como meio para comprar apoio dos parlamentares. O presidente chegou a acusar Simone Tebet e Soraya Thronicke de utilizarem as verbas do orçamento secreto.

“Eu vetei o orçamento secreto. O Congresso derrubou o veto. Eu não tenho qualquer acesso ao orçamento secreto. Esse dinheiro, os R$ 8 bilhões atualmente, seriam muito melhor distribuir para outras áreas do governo. Eu não sei para onde vai o dinheiro do orçamento secreto”, afirmou Bolsonaro.

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Candidatos “meme” e linha auxiliar

Em seu momento de fala, a senadora Soraya Thronicke relembrou escândalos do governo Bolsonaro usando o jogo infantil “o que é, o que é”. A pergunta foi feita ao empresário Felipe d’Ávila (Novo) e viralizou nas redes sociais.

Posteriormente, Soraya repetiu as acusações e afirmou que o governo de Bolsonaro estragou “a reputação de uma direita brasileira que estava nascendo”. O presidente retrucou e chamou Soraya Thronicke de “estelionatária”, por ter sido eleita como a “senadora de Bolsonaro” nas eleições federais de 2018 e ter rompido com o governo tempos depois. Inclusive, a senadora fez parte do grupo feminino da CPI da Covid e, apesar de estar no então PSL, aliado do presidente, não poupou o governo de críticas.

Bolsonaro também afirmou que a senadora “fez uso de R$ 114 milhões do orçamento secreto”.

Outro candidato pouco convencional foi Padre Kelmon, que assumiu a candidatura do PTB após o indeferimento de Roberto Jefferson. O religioso de apresenta como padre da Igreja Ortodoxa, mas a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, publicou informações afirmando que Kelmon nunca exerceu o sacerdócio.

Ao longo do debate, Kelmon se apresentou como uma pessoa conservadora, “de direita” e contra o aborto. Sem apresentar propostas, o suposto padre defendeu Jair Bolsonaro em duas oportunidades no debate. Na primeira fala de Bolsonaro, houve uma “dobradinha” entre os dois quando o presidente perguntou a opinião de Kelmon sobre benefícios do Auxílio Brasil, pouco depois de citar a perseguição contra católicos na Nicarágua, governada por Daniel Ortega.

“O senhor fez muito pelo país. Estamos vendo um massacre de partidos que se juntaram para bater num presidente com falácias. Será que o presidente não fez nada de bom? O nosso país não sofre mais graças às políticas do nosso ministro Paulo Guedes. Vocês não falam a verdade e falam do governo petista, de Dilma e Lula. O presidente aumentou o poder de compra desse povo” respondeu Padre Kelmon.

Embate pela frente, afago nos bastidores

Durante suas falas, o candidato Ciro Gomes (PDT) criticou várias vezes o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. Durante resposta a Felipe d’Ávila, o ex-ministro afirmou que Bolsonaro se elegeu graças à crise econômica e a “ladroeira promovida pelo PT” e que o presidente teve uma oportunidade única de mudar a economia brasileira. Contudo, Bolsonaro teria caído nos mesmo esquemas de corrupção e ressuscitado Lula.

“O sistema que o apoiou contra o Lula e o PT para que não deixasse que eu chegasse botou a faca no pescoço, trouxe acusações sobre os filhos, e aí está o Brasil, desastrado, desmoralizado, e teve a proeza, o Bolsonaro, de ressuscitar o Lula. Ali em 2018, as pessoas tinham clareza que o PT tinha virado essa coisa trágica de corrupção e de desmonte econômico do Brasil, e Bolsonaro recebeu da mão do povo brasileiro essa oportunidade.”, disparou Ciro Gomes.

Em outra ocasião, Ciro Gomes afirmou que Bolsonaro “passou para pra corrupto” ao comentar a demissão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e a prisão de pastores evangélicos que teriam pedido propina em ouro.

Apesar de afirmar que o presidente “não é onisciente”, Ciro criticou a forma como Bolsonaro age quando descobre casos de corrupção.

“A questão é qual a atitude que o presidente toma. Infelizmente, o presidente elogiou o corrupto, passou pano ao corrupto”, disse Ciro.

Nos bastidores, entretanto, o clima entre os adversários era muito mais cordial. Vídeos que viralizaram rapidamente nas redes mostram Ciro e Bolsonaro conversando nos intervalos entre os blocos. Outro vídeo mostra Ciro cochichando para Bolsonaro enquanto o presidente era criticado por Soraya Thronicke. Mais um vídeo mostrou Ciro conversando com Fábio Faria, ministro das Comunicações e ferrenho defensor de Bolsonaro, antes do debate iniciar. O ministro foi a Bolsonaro pouco depois. Usuários aventaram a possibilidade de Fábio ter levado um recado de Ciro ao presidente.

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