Quase 7 mil novos negócios surgiram no Amazonas de janeiro a setembro de 2020, segundo dados do Sebrae. O número de micro empresas é 44% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Nesse contexto, o apoio técnico é fundamental para o crescimento do negócio, sendo o profissional de contabilidade um quadro essencial para as finanças da empresa.
“Tem muito MEI passando pra micro empresa e procurando profissional. A contabilidade é uma ciência e ciência não acaba, não para, mas se transforma, toma outro direcionamento. Buscar novos nichos, novas formas de fazer, ampliar o conhecimento e aliar a novas técnicas como o marketing digital, por exemplo, é cada vez mais fundamental. O mercado vai buscar o profissional seleto, que é capaz de ressignificar o conhecimento”, afirmou a presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Amazonas (CRC-AM), Joseny Gusmão.
Contadora e advogada, egressa da faculdade Martha Falcão, ela palestrou para alunos da instituição em evento remoto realizado na última semana, sobre a transformação que a graduação promove na vida das pessoas. O curso de Ciências Contábeis da instituição é avaliado com quatro estrelas, de acordo com o Guia Estadão da faculdade 2020, divulgado este mês.
Para poder estudar, Joseny Gusmão atravessou de balsa, durante quatro anos, o rio Negro, uma viagem de pouco mais de duas horas, saindo do município de Manacapuru (a 100,7 quilômetros de Manaus), todos os dias. Na época, a ponte Jornalista Phelippe Daou, que liga Manaus a três cidades no interior, ainda estava sendo construída.
Quando estava no 5º período, decidiu ingressar também no curso de Direito. Hoje, ela preside a maior instituição representativa de sua categoria.
“Inicie e não pare. Aproveite muito os professores, eles são os melhores e estão lutando por vocês. A prova disso é que neste ano atípico, de pandemia, eles não desistiram. Cabe a cada um dos estudantes o compromisso com a busca do conhecimento sempre”, ressaltou Gusmão.
O convite para ingressar na faculdade partiu da coordenadora do curso, Lucilene Florêncio Viana que, na época, em uma fiscalização pelo CRC-AM no interior, viu o potencial em Joseny, que já tinha um escritório de contabilidade.
“Não me arrependi. Tenho muito orgulho da trajetória dela”, afirma.
Muito diferente de alguns anos, quando o profissional de Contabilidade trabalhava centrado apenas em contas internas, a globalização e a agilidade nas comunicações fizeram com que o contador se tornasse um profissional dinâmico, que atende de microempresas às multinacionais, em qualquer lugar.
“A pandemia nos colocou definitivamente no século XXI. Podemos afirmar que é um caminho que não volta mais e isso abre um leque de possibilidades para a contabilidade”, afirma o professor do curso de pós-graduação em Finanças, Márcio Marques Gonçalves.