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‘Aula em Casa’ completa três meses com atividades voltadas a mais de 240 mil alunos da rede municipal

Mais de 240 mil alunos da rede municipal de ensino completam, nesta quarta-feira, 1°/7, três meses de aulas não presenciais, por meio do projeto “Aula em Casa”, com atividades transmitidas pela internet e TV aberta, além de envio de materiais impressos a quem não tem acesso. O objetivo da Prefeitura de Manaus é dar continuidade ao fluxo de aprendizagem dos estudantes, sem expor ao risco de contágio ao novo coronavírus, causador da Covid-19.

A medida, que é resultado de uma parceria entre as secretarias municipal de Educação (Semed) e de Estado de Educação e Desporto (Seduc), faz parte das ações do município voltadas para o combate ao novo coronavírus. Após a confirmação do primeiro caso de Covid-19, na capital amazonense, em 13 de março, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, como forma de prevenção, antecipou o recesso escolar da rede municipal e, em seguida, suspendeu as aulas presenciais.

Ao fim do recesso, os alunos e docentes retornaram às atividades; os primeiros com os conteúdos a distância do “Aula em Casa” e os segundos em regime de teletrabalho, em acompanhamento e suporte aos estudantes e familiares. O projeto teve o engajamento de 60% dos alunos e 97% dos professores.

“São três meses de uma estratégia arrojada, que a prefeitura assumiu para levar o mínimo de assistência educacional aos nossos alunos, obrigados a parar de frequentar as escolas por conta da pandemia. Toda essa ação só foi possível pela confiança do prefeito Arthur no nosso trabalho, durante todos esses anos, da dedicação dos professores e de já trabalharmos de forma organizada, com uma gestão compartilhada e integrada na Semed”, destacou a secretária municipal de Educação, Kátia Schweickardt.

Enquanto a rede estadual já contava com atividades gravadas para as turmas do 6º ao 9º ano, a Semed entrou na parceria com a produção “do zero” de material para as turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; assim como as atividades para a educação infantil, por meio do programa “Eba! Vamos Brincar!”. O processo inicial, entre a definição dos conteúdos e gravação das aulas, durou pouco mais de duas semanas.

“A Seduc contava com 13 anos de experiência, enquanto nós tivemos que rapidamente nos organizar para produzir aulas para os anos iniciais. Convidamos professores, que se dispuseram a estar conosco, a criar, organizar e usar toda a criatividade para poder oferecer aulas, via TV e internet. Por isso, gostaríamos de agradecer ao trabalho de cada educador, que enfrentou esse desafio. Sem experiência, fomos usando criatividade, trabalho e boa vontade de desenvolver todo esse processo. E o resultado são três meses de muito sucesso”, disse a subsecretária de Gestão Educacional da Semed, Euzeni Araújo.

Aulas

Os conteúdos programados foram selecionados com base na proposta pedagógica da Semed, de acordo com cada modalidade de ensino. Todas as aulas estão disponíveis no YouTube, no canal “Aula em Casa no Amazonas”, e também na TV aberta, no canal 2.5 ou 32.5, da TV Encontro das Águas. As gravações e transmissões das aulas acontecem no Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam), da Seduc-AM, no bairro Japiim, zona Sul da cidade.

“Está sendo um imenso desafio gravar as aulas, mas estou adorando essa novidade, que também é um grande aprendizado, onde preciso me reinventar todos os dias. O “Aula em Casa” me condicionou a estudar cada vez mais, para elaborar aulas mais interessantes, utilizando a metodologia e estratégias mais prazerosas com o objetivo de envolver todos os alunos nesse processo de ensino-aprendizagem”, disse a professora Edila Leal, que leciona na escola municipal Osvaldo Sobreira, no bairro da União, zona Centro-Sul.

Além da professora Edila, outros 50 educadores da rede municipal elaboram e gravam os conteúdos, que são validados pela equipe pedagógica do Cemeam. E os outros mais de 12 mil educadores da Semed acompanham e auxiliam os alunos diariamente por meio de aplicativos de conversa.

É o caso da professora Alessandra de Carvalho Melo, do 1º ano, da escola Professor Heleno Nogueira dos Santos, no bairro Colônia Terra Nova, zona Norte. “Gosto de acompanhar de perto o progresso de cada um, por isso os vídeos para mim são a forma mais eficaz de estar próximo dos meus alunos. Nosso processo de aprendizagem junto é muito bom. Com eles, também aprendo muito e a tecnologia permitiu isso, neste momento de distanciamento”, comentou Alessandra.

O projeto também é visto de forma positiva pelos pais ou responsáveis pelos alunos da rede.  “Nesses três meses do “Aula em Casa”, pude observar que o desenvolvimento dos meus filhos não caiu. Eles conseguem acompanhar bem os conteúdos. Quando não entendem a aula pela TV, a professora ajuda e isso tem sido fundamental. Ela explica tudo por vídeo ou por grupo de conversa”, afirmou a mãe dos alunos, Deisy e Denilson de Souza, da escola municipal Tancredo Neves, Kelly Cristina Magalhães de Oliveira.

Conteúdo complementares

O “Aula em Casa” oferece ainda materiais de apoio para os alunos da educação especial, com a plataforma digital Saber+, e atividades do projeto “English For Kids”, entre outras atividades para pais, responsáveis, alunos e professores, como conversas temáticas, por meio do “Papo Reto” e “Diálogos Formativos”, programas semanais e que contam com a participação de profissionais da educação e também da saúde.

Material impresso

O principal foco da Semed é não deixar nenhum aluno atrasado nos conteúdos, por isso as Divisões Distritais Zonais (DDZs) criaram estratégias para atender os alunos sem acesso à TV ou à internet. “Diretores e professores elaboram um material impresso, que é entregue aos alunos que não conseguem acompanhar o “Aula em Casa”. Todas as atividades são elaboradas a partir do conteúdo exibido na TV e nas plataformas digitais e entregues pelos próprios educadores aos estudantes”, disse a chefe do Departamento Geral dos Distritos (DEGD), Selma Trindade.

‘Tele Resgate’

Outra estratégia é o “Tele Resgate”, realizado pelo Centro Municipal de Atendimento Sociopsicopedagógico (Cemasp), para identificar os estudantes que não acompanham o projeto “Aula em Casa”. De abril até junho, mais de 6,4 mil alunos já foram resgatados.

“Os professores identificam os alunos infrequentes e, se mesmo após o contato com a família, para entender os motivos da não participação no ‘Aula em Casa’, o aluno permanecer ausente, aí o Cemasp é acionado para fazer o resgate por meio de ações educativas, que são realizadas atualmente por ligações e chamadas de vídeos”, explicou Juciana Vieira da Cruz, coordenadora dos Cemasps.

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