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Associação fortalece parcerias em prol de negócios sustentáveis da Amazônia

*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

Fortalecer caminhos para levar projetos sustentáveis da região amazônica em direção ao mercado nacional e internacional é uma das missões da Associação dos Negócios da Sociobioeconomia da Amazônia (AssoBio), que promoveu a Feira “Conexão Amazônia Azul”, semana passada, em São Paulo, com aproximadamente 20 expositores de produtos amazônicos. 

O evento aconteceu no CIVI-CO Hub de Impacto Socioambiental, localizado no bairro Pinheiros, em São Paulo (SP). É resultado de um trabalho conjunto entre a AssoBio, Azul Linhas Aéreas, CIVI-CO e Associação Coletivo Pinheiros.

O presidente da AssoBio, Paulo Monteiro dos Reis, explica que a meta do evento foi aumentar parcerias para o escoamento de produtos da Amazônia Legal em direção a outros mercados.

“Atualmente, uma das pautas prioritárias é a logística e a conexão da população que vive na Região Norte, mas que vende para a Região Sudeste e outros países. Costumo dizer que a logística que mais importa é a logística de pessoas. É muito mais fácil um paulista vender algo para São Paulo, do que para um manauara e pessoas de outros cantos da Amazônia”, destaca Paulo Monteiro.

 

De acordo com ele, a missão é trazer uma proposta de negócio que olha a Amazônia de fora para dentro da região. “Além do clima, das áreas preservadas e do sequestro de carbono, o desafio é olhar para o papel e a vida das pessoas que vivem na Amazônia”, complementa.

Paulo destacou também que a AssoBio está com inscrições abertas, até final de junho, para novos membros. Atualmente, a organização reúne mais de 50 marcas. Além disso, a instituição tem apoio da Climate and Land Use Alliance (CLUA), AMAZ Aceleradora de Impacto, Fundação CERTI e Inovação em Cidadania Empresarial (ICE).

“A meta é chegarmos a 80 associados. Quem é selecionado dispõe de vários benefícios, pois temos relacionamentos com órgãos e entidades públicas, mas também com instituições privadas. A relação de melhoria logística com a Azul Linhas Aéreas é um exemplo disso”, comenta o presidente da AssoBio. 

 

 

Negócios beneficiados

A Feira Conexão Amazônia Azul reuniu aproximadamente 20 negócios da sociobioeconomia e empresários da região paulista, que juntos protagonizaram debates e uma feira de apresentação, e venda de produtos como cosméticos, gastronomia, medicinais, bebidas e outros feitos com produtos amazônicos.

Um deles foi a Bossapack, startup de mobilidade urbana com foco no desenvolvimento de produtos com “brasilidade” como bolsas, mochilas e pochetes.

O sócio-fundador da marca, Cláudio Martins, explica a dinâmica de atuação realizada junto aos povos da floresta. “Hoje nós trabalhamos com as etnias Xikrin e Kayaopi, que realizam pinturas feita a mão; o povo Xipaya faz a extração de látex natural; enquanto a etnia Paiter Suruí desenvolve manualmente alças de tear. Nós trabalhamos a cultura [originária] como elo de ligação entre o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento do território”, destaca.

Martins conta que os resultados têm sido significativos, tanto no sentido ambiental e social, quanto econômico. Um dos exemplos é a parceria com uma grande empresa, que resultou no aumento do quilo da borracha de R$ 4,25 para R$ 56, na comunidade Terra do Meio, situada no Sudoeste do Pará (PA). 

“Nós começamos em 2021, com dois indígenas extrativistas. No último ano, já tínhamos 30 pessoas envolvidas, com idade entre 16 a 26 anos de idade, tanto homens quanto mulheres. São jovens que abraçaram o produto e estão ajudando a desenvolvê-lo”, complementa.

Outra empresa que participou da feira foi a Moma Cosméticos Agroflorestais. Fundada pela farmacêutica Vivian Chun com o propósito de cuidar da saúde por meio de produtos naturais e veganos. Alguns dos seus principais itens são xampu em barra, condicionador, sabonete e desodorantes sticks. Todos com embalagens biodegradáveis e rastreabilidade de matéria-prima.

“A Moma nasceu a partir de produtos cosméticos, mas hoje agrega serviços socioambientais: cultivo, manejo e diagnóstico em agrofloresta. Nos produtos utilizamos muita matéria-prima da sociobiodiversidade, principalmente da Amazônia e em parceria com comunidades [tradicionais]. Estamos falando de um negócio de impacto que gera valor para quem usa produtos de alta performance, na mesma medida em que se preocupa com quem está na outra ponta da cadeia produtiva, seus territórios, suas culturas. Isto é, um alinhamento entre distribuição de renda e preservação de território”, explica Vivian.

A empreendedora da floresta compartilha que enfrenta vários desafios, sendo um dos principais a estruturação da cadeia produtiva. Para ela, é fundamental que a ponta da cadeia produtiva [os territórios] estejam em dia com as exigências ambientais e tributárias. Segundo ela, a logística também pesa, mas o principal desafio vai além disso.

“Nós vemos investimento em negócios de impacto, fomento para plantios. O que falta é o grande varejo permear os produtos das novas marcas de impacto, oferecer condições comerciais mais amigáveis, para que tenhamos melhores condições de mostrar serviço aos consumidores”, finaliza.

 

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