*Da Redação – Dia a Dia On-line
Artistas, políticos e demais amazonenses lamentaram a morte do cantor Zezinho Corrêa ocorrida neste sábado (6), em Manaus. O artista estava internado desde o dia 4 de janeiro em uma unidade hospitalar privada da capital, após testar positivo para a Covid-19. José Maria Nunes Corrêa, natural da comunidade de Imperatriz, em Carauari, ficou conhecido nacionalmente e internacionalmente após o sucesso “Tic Tic Tac”, na década de 1990, quando liderava a banda Carrapicho.
Antes de se dedicar à carreira de cantor, Zezinho também fez curso de formação de atores, no Rio de Janeiro, e estudou interpretação e dança. Como ator, Zezinho Corrêa fez parte do Grupo de Teatro Experimental do Sesc.
Zezinho também investiu em carreira solo, produzindo projetos musicais. Entre os destaques estão a sua participação no musical “Boi de Pano”, durante o Festival Amazonas de Ópera de 2000; a gravação do seu CD solo no ano de 2001, no Teatro Amazonas, e a participação no musical de Natal “Ceci e a Estrela”, em 2017.
Zezinho Corrêa participou de todos os grandes eventos promovidos pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), ao longo dos últimos anos, como Boi Manaus, Passo a Paço, Carnaval, Festival Folclórico do Amazonas e Réveillon.
O cantor também foi a “cara e voz” de Manaus na edição do Rock in Rio, em 2017. Sempre carismático, levava alegria aos fãs ao som do “Tic Tic Tac”, por onde passava.
Em 2020, Zezinho estrelou a campanha do Governo do Estado em homenagem aos profissionais de saúde, que atuaram na linha de frente do combate à pandemia de Covid-19, interpretando a música “Um Novo Tempo”, de Ivan Lins, no palco do Teatro Amazonas.
No dia 21 de dezembro de 2020, o cantor subiu ao palco do Teatro Manauara com o show “Banho de Frevo – Zezinho Corrêa canta Elba Ramalho”; e no dia 28 de dezembro, o cantor participou do lançamento on-line do livro “Eu Quero é Tic, Tic, Tac”, escrito pelo jornalista e produtor cultural Fabrício Nunes em homenagem à carreira de Zezinho. O lançamento foi transmitido do Centro Cultural Palácio Rio Negro.
O levantador de toadas David Assayag lamentou a morte do amigo de longas datas. De acordo com o cantor, Zezinho foi o responsável por levar o Boi-Bumbá para o resto do Brasil e para o mundo, e deixa agora, na cultura amazonense, uma perda irreparável.
“Zezinho, meu amigo, sua partida precoce é uma perda irreparável para todos nós.
Você, que para sempre será um ícone da nossa cultura amazônica, agora alegrará com o seu canto o azul do céu e brilhará nas noites a tua estrela.
Meus sinceros sentimentos a toda a família Corrêa.
Que Deus conforte o coração de todos os seus amigos, fãs e familiares”, disse em suas redes sociais.
A cantora Márcia Novo ressaltou a humildade de Zezinho e disse que ele deixa como legado o amor pela cultura local.
“É uma perda imensurável. O Zezinho era, sem dúvidas, o nosso maior ícone do estado, maior representante da nossa cultura. O cara que conseguiu levar a nossa cultura para além das fronteiras do Brasil. Mas a missão dele, como artista, tenho certeza, que ele cumpriu. Ele partiu realizado. Realizou muitas coisas, muitos projetos, chegou em muitos lugares importantes. Acho que o maior legado que ele deixa agora é o respeito e o amor pela nossa cultura e a humildade. O Zezinho era pé no chão. Ele era parceiro. A humildade fazia com que a arte transcendesse nele”.
O dançarino Hudson Praia, que trabalhou com Zezinho Corrêa na banda Carrapicho, fez uma homenagem em suas redes sociais.
Governador Wilson Lima
Em nota, o Governo do Estado do Amazonas lamentou o falecimento do artista. “Perdemos hoje um dos principais ícones do Amazonas. Com sua voz única e carisma sem igual, Zezinho Corrêa representou nossas raízes e cultura mundo afora. Que Deus o receba com glórias em sua morada e conforte os corações de familiares, amigos e fãs”, escreveu o governador do Amazonas, Wilson Lima, em suas redes sociais.
Prefeito de Manaus
“O coronavírus calou hoje uma das principais vozes da nossa cultura. Aos familiares, amigos e fãs de Zezinho Corrêa, toda a nossa solidariedade. Que Deus seja o conforto nesse momento de dor. Com a sua partida, reforço a todos os manauaras o alerta: vamos nos proteger e cuidar de quem amamos. A pandemia ainda não passou. Que Deus abençoe a todos”, afirmou o prefeito de Manaus, David Almeida.
O vice-prefeito, Marcos Rotta, também lamentou a morte do cantor e afirmou que seu nome está marcado para sempre na história da cultura amazonense. “Esse vírus traiçoeiro silenciou uma grande voz do Amazonas, um artista que levou alegria, cultura regional e o nome do Estado para todo o Brasil e até rompeu as fronteiras nacionais, conquistando outros países. Seu nome para sempre estará marcado na história da cultura amazonense. Rogo a Deus, misericordioso, que dê entendimento e conforto no coração de familiares e amigos”, disse o vice-prefeito Marcos Rotta.
Cultura
O diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, também se solidariza com os familiares e amigos do artista e reconhece essa enorme perda para a cena cultural da capital.
“Zezinho nos deixa com saudades, mas com a certeza de que sua marca na cultura amazonense será eterna. Por meio do seu talento, seu carisma levou a música de Manaus ao mundo e, nós, como cidadãos amazonenses somos gratos a isso. Seu nome está gravado na história da Manauscult como um grande parceiro colaborador e incentivador da nossa cultura”, destacou Alonso.
O secretário estadual de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, também lamentou o falecimento.
“Hoje perdemos um grande artista, um artista que certamente deixa seu nome marcado na história da cultura do nosso Estado. Um dos nossos maiores representantes, que levou o nome e a Cultura do Amazonas para o mundo inteiro, por meio de seu talento, de seu carisma e de sua voz encantadora. Perco também um grande amigo, uma pessoa que faz parte da minha história como artista e como ser humano. Nosso coração se entristece, o céu certamente o recebe com alegria e o Amazonas fica um pouco mais triste”, destaca Marcos Apolo Muniz.
*Com informações do G1 Amazonas