O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto pode abrir mão de sua candidatura nas prévias do PSDB pela chance de disputar a Presidência pelo partido, diz O Globo.
Segundo o jornal, ele cogita apoiar o governador de São Paulo, João Doria. A decisão seria anunciada em novembro, mês em que acontecem as prévias.
Virgílio e Doria estiveram juntos duas vezes nas duas últimas semanas, uma em Manaus e outra em São Paulo.
Tasso Jereissati também pode abandonar sua candidatura na disputa interna, mas para apoiar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
A disputa interna será para escolher o candidato tucano à Presidência da República em 2022.
Em nota, enviada ao colunista Lauro Jardim do O Globo, Arthur Virgílio diz o seguinte:
“Tenho um candidato às prévias e ele se chama Arthur Virgílio, que pretende dar um recado forte sobre a Amazônia, sobre os problemas na economia, como o ajuste fiscal, a inflação alta e o combate à fome. Também falarei de outros pontos essenciais, como a valorização da mulher e o apoio às minorias, reforçando a necessidade de mais políticas públicas voltadas à equidade, ao respeito e punições mais graves contra os crimes de feminicídio e todos os tipos de preconceito. Quero pôr fim a alguns mitos e à falta de conhecimento sobre a Amazônia. A questão está em manter a floresta em pé e darei propostas claras para isso. Já não é qualificado, hoje, um pré-candidato à presidência da República que não conheça com alguma profundidade a região mais estratégica do país, sob risco até de uma intervenção militar aqui, caso não cesse o desmatamento desenfreado. É difícil ganhar? Sim, muito. Basta dizer que um candidato é governador de São Paulo, outro dirige o Rio Grande do Sul. Mas, meu recado é simples: a Amazônia tem que ser de interesse nacional, porque é de interesse internacional. Enquanto não se desvendar os olhos para isso, estamos brincando de governar, brincando de ser Brasil. Ou o país cuida da Amazônia ou se tornará um país pequeno, sem rios, sem água potável, sem floresta e sem o rico conhecimento dos povos indígenas que muito têm a contribuir com os PHDs e no desenvolvimento da biotecnologia. A verdade é que o Brasil não tem mais saída sem a Amazônia. Veja o Pará, por exemplo, que optou pelo agronegócio e, mesmo assim, não deixou de ser um país pobre, destruindo sua floresta. Não podemos cometer o mesmo erro que o Pará, porque o Amazonas mantém cerca de 95% de sua floresta preservada, graças à Zona Franca de Manaus. É preciso pôr fim aos preconceitos contra o modelo econômico que preserva a Amazônia amazonense, porque se o nosso Polo Industrial continuar decaindo, como está, teremos um avanço sobre as árvores. Estarei muito preparado para defender isso ao país e acabar com essa separação de amazonenses e brasileiros. O Amazonas e a Amazônia pertencem ao país. É hora do Brasil se dar conta disso e assumir papel estratégico perante o mundo. Não irei desperdiçar meu propósito com barganha, seja com quem for, mas uma coisa podem ter como certo, aquele que for eleito nas prévias terá meu apoio absoluto. O que espero é que o PSDB faça o melhor possível, que vá ao segundo turno, que faça um número expressivo de senadores e deputados, que tenha um número razoável de governadores, enfim, que volte a ter a presença quantitativa e qualitativa que já teve”.