*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto é mais um dos nomes históricos que deixaram o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no último ciclo eleitoral. A legenda tucana viu seu desempenho minguar após perder o posto de oposição ao Partido dos Trabalhadores (PT) para o bolsonarismo, dividido entre vários partidos mais à direita. Além de Arthur, o ex-governador e vice-presidente eleito Geraldo Alckmin foi exemplo mais emblemático da queda do partido.
Nascido como dissidência do antigo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB, atual MDB), a legenda tucana nasceu como uma ala mais à esquerda, ligada ao conceito original de social-democracia. O PSDB foi fundado oficialmente em junho de 1988 e registrado em agosto de 1989. Já nessa época contava com nomes de peso como Franco Montoro, José Serra, FHC, Mário Covas e os agora ex-tucanos Alckmin e Arthur Neto.
O partido foi caminhando mais para a direita com o passar dos anos, o que influenciou a política liberal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O fato de estar sempre à direita do PT fez os dois partidos polarizarem as eleições entre 1994 e 2014, até o advento da nova direita, mais extremista, que culminou na eleição de Jair Bolsonaro em 2018 pelo extinto PSL. Com números cada vez menores nas eleições posteriores e a aproximação de alguns quadros com o bolsonarismo, o partido viu vários nomes históricos irem embora.
O caso mais emblemático foi o do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, adversário histórico de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deixou o PSDB para ingressar no Partido Socialista Brasileiro (PSB) e concorrer como vice do petista, vencendo o pleito de 2022.
Nesta semana, Arthur Neto deixou a legenda após o baixo desempenho nas eleições de 2022. O ex-prefeito de Manaus terminou a disputa pelo Senado em terceiro lugar, perdendo para Omar Aziz (PSD), que foi reeleito, e o bolsonarista Coronel Menezes (PL).
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São Paulo em baixa
Outro nome antigo a deixar a legenda foi o ex-governador paulista João Doria. Após uma campanha meteórica na última década, quando derrotou Fernando Haddad (PT) no primeiro turno pela prefeitura de São Paulo e depois elegeu-se governador do estado em 2018, Doria viu seu capital político desaparecer após desentender-se com o antigo padrinho político, Geraldo Alckmin.
O empresário renunciou ao governo de São Paulo para concorrer às prévias do partido, sendo escolhido para ser o candidato tucano à Presidência da República. Entretanto, os acordos políticos que vieram depois tiraram o PSDB da liderança de chapa. O partido acabou com a vaga de vice na chapa da senadora Simone Tebet (MDB), tendo a também senadora Mara Gabrilli (PSDB) como candidata. Durante a campanha, Doria anunciou sua saída do partido após mais de 20 anos.
Outros nomes paulistas que abandonaram o ninho tucano foram:
- Floriano Pesaro, fundador muito próximo de FHC e José Serra;
- Felício Ramuth, que migrou para o Partido Social Democrático (PSD) de Gilberto Kassab e foi eleito vice-governador em 2022 na chapa do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Repubicanos);
- Luiz Felipe d’Ávila, que se transferiu para o Partido Novo, por onde concorreu e perdeu a presidência da República em 2022;
- Andrea Matarazzo, ex-vereador paulistano e um dos primeiros a abandonar o ninho tucano após desentendimentos com João Doria em 2016.