A queda no número de casos de Covid-19 e de mortes após a aplicação da vacina no Brasil só deve ser percebida a partir de maio. A afirmação é do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, que participou de um evento na cidade de Batatais, em São Paulo.
“Efeito de vacina só a partir de maio desse ano. Antes de maio, não teremos impacto de vacinação na pandemia. Vamos começar a ter diminuição de óbitos, progressiva, diminuições de internação, progressiva, mas isso só se vai sentir de fato a partir de maio”, disse.
Segundo Covas, o impacto não é imediato, porque as vacinas que estão sendo usadas não impedem a doença, mas o agravamento dela.
“A vacina mais comum que nós usamos, em termos de volume, é a da gripe (…). (A pessoa) Toma vacina e acha que não vai ter gripe. De fato, ele não vai ter o quadro grave de gripe, não vai ficar hospitalizada, não vai desenvolver pneumonia, mas vai ter sintoma. Esse é o efeito: ela impede a gravidade da doença. É assim essa vacina que nós vamos introduzir. Ela vai impedir a gravidade da doença, mas não vai impedir a infecção. No longo prazo, à medida que os casos vão diminuindo, que as pessoas vão sendo imunizadas até naturalmente pelo próprio vírus, a epidemia vai diminuindo”, afirmou.
Vacinas no Brasil
O Instituto Butantan e a Fiocruz enviaram na sexta-feira (9) à Anvisa os primeiros pedidos para uso emergencial da vacina contra o novo coronavírus no Brasil.
A primeira solicitação foi feita pelo Instituto Butantan que tem uma parceria com a empresa chinesa Sinovac para produzir a Coronavac.
Horas depois, pedido semelhante foi registrado pela Fiocruz, instituto que representa, no Brasil, a vacina de Oxford, desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e Universidade de Oxford.
Hoje, tanto a vacina da Fiocruz quanto a do Butantan são tidas como as principais apostas para iniciar a vacinação no Brasil.