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Após saída de Decotelli, Bolsonaro analisa uma dezena de nomes para o MEC

Alas militar e ideológica tentam emplacar os seus indicados no MEC, que agora terá o seu quarto titular no posto
O professor Carlos Alberto Decotelli,presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) Presidente do FNDE no Programa Brasil em Pauta

Carlos Alberto Decotelli pode agora colocar uma informação verdadeira em seu currículo nebuloso: a de que foi Ministro da Educação por uma semana.

Nesta terça-feira, 30, numa rápida reunião no Palácio do Planalto, ele entregou a sua carta de demissão que foi aceita pelo presidente Jair Bolsonaro (a decisão foi antecipada na segunda, 29, pela coluna Radar de VEJA). O governo quer fazer o anúncio oficial da saída de Decotelli já divulgando o nome do substituto – será o quarto ministro da Educação desde o início da gestão Bolsonaro, em 2019.

A decisão não vai ser fácil e vem sendo debatida desde o fim de semana, quando Decotelli já começava a balançar à medida em que eram divulgadas as informações falsas no seu currículo.

No páreo para substituí-lo há pelo menos uma dezena de nomes indicados pelas alas militar, política e ideológica, que disputam espaço – e influência – no governo Bolsonaro.

Os mais cotados são o de Anderson Correia, atual reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), e o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Antonio Freitas, que seriam sugestões dos militares. São ventilados no momento também os nomes de Sergio Sant’Ana, ex-assessor especial de Abraham Weintraub, e a atual secretária de Educação Básica, Ilona Becskehazy (Sant’Ana e Becskehazy são defendidos pelos olavistas).

Mas a lista não para por aí. Ainda fazem parte do mesmo páreo o Secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, que chegou a se encontrar com o presidente na semana passada, mas acabou sendo descartado por sua ligação anterior com o governador paulista João Doria. Citado na última live por Bolsonaro, Feder cancelou toda a agenda que havia sido programada para esta terça-feira.

Outros nomes ventilados são os dos cientista político Antônio Flávio Testa, o ex-presidente do Inep Marcus Vinícius de Carvalho, e o do cientista da religião Gilberto Garcia.

O embate entre as alas militar e ideológica promete ser quente nas próximas horas. Com o respaldo dos filhos, os mais radicais ganharam um argumento a mais para emplacar um nome do seu grupo –Decotelli fora indicado pelos militares , que depois retiraram o seu apoio após a descoberta de falsidades em seu currículo. Com a demissão precoce, Decotelli se torna o ministro mais breve do governo Bolsonaro, desbancando o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que ficou no cargo menos de um mês.

 

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