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Andrea Bocelli revela que ‘furou’ quarentena na Itália: “Por que essa gravidade?”

Segundo o tenor, ele se sentiu "humilhado e ofendido" pela proibição de sair de casa

O tenor Andrea Bocelli admitiu que violou a proibição de sair de casa durante o lockdown imposto na Itália para conter a pandemia do coronavírus. O astro fez a declaração nesta segunda-feira, 27, em um debate sobre a crise sanitária organizado por políticos italianos.

“Aceitei esse convite, mas sou distante da política. Durante o lockdown, tentei me identificar com quem tinha de tomar decisões difíceis, mas depois as coisas não andaram bem. Conforme o tempo foi passando, não conheci ninguém que tivesse ido para a UTI, então por que essa gravidade?”, disse Bocelli.

Segundo o tenor, ele se sentiu “humilhado e ofendido” pela proibição de sair de casa – durante a quarentena, que vigorou em âmbito nacional de 10 de março até o início de maio, as pessoas só podiam sair na rua por motivos essenciais, como por razões de saúde ou para comprar comida.

“Admito que violei a proibição”, acrescentou Bocelli, que ainda lançou um apelo pela reabertura das escolas italianas, que encerraram o ano letivo, em junho, com aulas a distância, mas voltarão a receber os estudantes a partir de 14 de setembro, quando começa o próximo período.

“Espero que todos juntos saiamos dessa situação terrível”, declarou o tenor, que teve Covid-19 e até doou plasma sanguíneo para uma pesquisa.

Negacionismo

O debate foi marcado pelo tom negacionista em relação à pandemia, que já infectou cerca de 246 mil pessoas na Itália e deixou mais de 35 mil mortos, sem contar a subnotificação.

O deputado Sgarbi chegou a citar um suposto relatório do governo da Alemanha que diz que o novo coronavírus é um “alarme falso global” – o documento, na verdade, reflete apenas a opinião de um único funcionário do Ministério do Interior e não é oficial – e a afirmar que “não é verdade” falar que o Brasil vive uma emergência – o país teve entre 19 e 25 de julho a pior semana desde o início da pandemia, com 319,4 mil casos e 7,7 mil óbitos em apenas sete dias.

Além disso, Sgarbi declarou que a Itália não tem mortos pelo novo coronavírus “há dois meses”, sendo que, nesse período, o país registrou pelo menos 2,3 mil óbitos. Já o senador Siri disse que houve “um pouco de exagero na narrativa sobre o vírus” e que a “realidade dolorosa” vivida pelas áreas mais atingidas, como a província de Bergamo, “não podia justificar ansiedade e angústia excessivas”.

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