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Amom Mandel é acusado de coagir duas servidoras da CMM e vereadores repudiam e prestam apoio

*Franciane Silva – Da Redação Dia a Dia Notícia

Durante Sessão Extraordinária na Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta quinta-feira (15), o vereador e deputado federal eleito Amom Mandel (Cidadania), foi acusado de coagir duas servidoras da Câmara e assediar moralmente as mesmas. O fato foi trazido à tona pelo vereador Eduardo Alfaia (PMN).

As servidoras em questão são Karen Tiúba, Chefe da Divisão de Apoio ao Plenário e Kelly Holanda, diretora do departamento de Tecnologia da Informação (TI),  com o relato de Eduardo Alfaia, Amom teria ofendido as duas servidoras por telefone ao cobrar a inclusão de matérias de autoria do vereador nos sistemas da CMM.

“Pasmem os senhores, a servidora Karen, ela não conseguia falar uma única frase completa, porque ela era tomada por um choro, como está ali extremamente emocionada. Ela recebeu a ligação de um dos colegas vereadores e ela foi agredida. ‘Tu sabes que amanhã terminam as reuniões em plenário e se tu não recebeu os meus requerimentos, tu vai se ver comigo’. Eu quero repudiar esses ataques, eu quero lamentar esses ataques. As servidoras foram vítimas de uma agressão, de uma postura machista por parte do vereador Amom Mandel”, disse Alfaia.

O vereador ainda classificou o ato de Amom como machista, misógino e desrespeitoso. Outros vereadores como Profª Jacqueline (UB), Glória Carratte (PL), Dione Carvalho (Patriota), Raulzinho (PSDB), Prof. Samuel (PL), Sassá (PT), Fransuá (PV), Kennedy Marques (PMN), Jander Lobato (PSB), Rodrigo Guedes (Republicanos) e Wallace Oliveira repudiaram o episódio e prestaram apoio as servidoras.

“Eu estava ao lado, eu não ouvi o que ele falou, mas eu ouvi ela receber uma ligação pedindo requerimento e eu não posso me precipitar em dizer que ele realmente falou isso […] Se realmente aconteceu isso, que a pessoa se retrate ou que seja apurado se realmente aconteceu, mas eu só lamento porque é uma tristeza em pleno século que estamos, acontecer isso ainda e eu preciso defender o direito das mulheres”, disse Glória Carrete. 

Enquanto os demais vereadores falavam, a servidora Karen se mostrou visivelmente abalada com a situação.

Ao se pronunciar sobre as acusações, Amom disse que nunca foi e nunca será contra um ser humano por mera discriminação de gênero, cor, raça ou sexualidade. O parlamentar afirmou que interfonou para a servidora para cobrar que trabalho de competência da mesma fosse feito.

“Inúmeras vezes atestei aqui, uma possível discriminação para com a inclusão da pauta dos projetos de lei de minha autoria […] Informei que gostaria que o trabalho de todos os servidores fosse feito da forma correta e seguindo o rito legal, pois se não fosse, de fato, iria as vias legais. Isso não é ameaça, é dever meu enquanto parlamentar prezar pela legalidade, nunca me calei e nunca me calarei diante de qualquer possível ilegalidade”, disse Amom em resposta as acusações.

Em outro pronunciamento, o parlamentar pediu desculpas e se retratou pelo episódio. “Independentemente de ter ou não culpa, eu me refiro as servidoras e me retrato. Se acharam que, por algum motivo, eu fui ameaçador ou desrespeitoso, peço desculpas”, disse Amom.

Boletim de Ocorrência

De acordo com a servidora Karen Tiúba, esta não é a primeira vez que é coagida pelo vereador Amom Mandel, e que se sentiu perseguida e chorou muito e precisou de atendimento médico na Câmara para conseguir se acalmar.

“Vou fazer com que você nunca mais trabalhe na Câmara Municipal de Manaus” e “Se você tiver fazendo coisa errada aí tem seu nome”, são algumas das falas do vereador direcionadas a servidora Kelly Holanda.

Karen Tiúba registrou um Boletim de Ocorrência por ameaça contra o parlamentar. O Dia a Dia Notícia teve acesso ao documento, onde a servidora relata em sua denúncia que estava auxiliando a Mesa Diretora na votação dos projetos, quando recebeu uma ligação de Amom.

“Você não vai receber meus requerimentos não? Você sabe que amanhã é o último dia de Plenário e se você não receber meus requerimentos, você vai se ver comigo. Vou fazer um escândalo envolvendo seu nome aqui, porque você está me prejudicando”, relatou a servidora sobre as falas de Amom contra ela no BO. 

No documento, Karen relata ainda que o parlamentar afirmou que ela o estava prejudicando de propósito e que ela iria ‘se ver com ele’. Em seguida, Amom teria ligado para outra servidora (Kelly), e falou para que ela não se juntasse a Karen para prejudicá-lo e também a ameaçou.

Pedido de desculpas

Após todos os acontecimentos desta quinta-feira (15), o vereador Amom Mandel emitiu uma nota à imprensa onde nega as ameaças as servidoras e reforça pedido de desculpas. Confira:

“Sempre me pautei pela seriedade, legalidade e tecnicidade. Eu me retratei publicamente e reforço o pedido de desculpas às servidoras, se acharam que por algum motivo eu fui ameaçador ou desrespeitoso. Nunca discriminei ninguém, independente de gênero, sexo, religião ou raça. De fato, liguei, interfonei durante a sessão anterior, para a servidora, mas para solicitar celeridade no trabalho, que é de competência dessa servidora, porque inúmeras vezes atestei uma possível lentidão para a inclusão na pauta dos Projetos de Lei de minha autoria, para o recebimento, através do sistema dos requerimentos, Projetos de Leis e afins, e uma demora excessiva, e informei que gostaria que o trabalho de todos os servidores fosse feito da forma correta e seguindo o rito legal, pois se não fosse, de fato iria às vias legais. Sempre respeitei e respeito todas as mulheres, isso é meu dever como homem e parlamentar”.

Confira aqui a sessão completa:

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