*Da Redação Dia a Dia Notícia
Acusado de planejar atentados contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governador do Amazonas, Wilson Lima, e outras autoridades, André Elias Almeida Soares, de 39 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (9), em uma casa flutuante no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus. Ele também é investigado por ameaças contra o Consulado dos EUA e prédios da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), além de promover discursos de ódio com conotação religiosa e símbolos nazistas. As informações são da CENARIUM.
Investigado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), o homem de 39 anos também planejou as ações hostis contra a Agência Consular dos Estados Unidos (EUA), em Manaus (AM). André Elias foi preso às 5h desta quarta-feira, 9, na residência dele, uma casa flutuante localizada no bairro Tarumã, na zona Oeste da capital do Amazonas.
Os agentes da polícia também cumpriram mandado de busca e apreensão no endereço do investigado. As medidas judiciais foram autorizadas nessa terça-feira, 8, por Alcides Filho, juiz plantonista da Central de Plantão Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), com base na Lei do Racismo no contexto religioso.
A “planilha de compromissos” de André Elias, à qual a reportagem teve acesso, aponta que o funcionário da UEA, aposentado por invalidez, planejou as ações contra Wilson Lima, que foram programadas para os dias 7 de abril e 25 de abril de 2025. A planilha traz uma coluna especificando o status de cada alvo. No caso do governador do Amazonas, constava a classificação de “suffering”, ou “sofrimento” em português.
Além do arquivo no qual consta o planejamento das ações, André Elias também incluiu pastas de conteúdo com violência explícita em armazenamento em nuvem, em 22 de fevereiro de 2025, atreladas a Wilson Lima, à ex-primeira-dama do Estado Taiana Bezerra e à filha deles, de quatro anos de idade. Nos arquivos do suspeito, constavam imagens e vídeos editados.
Em um dos materiais, André Elias faz uma dublagem de uma entrevista do governador, na qual ele profere xingamentos e ameaças contra chefe do Executivo e ao Estado, onde cita ataques de âmbito religioso e político. “Por que tu saiu do inferno e veio para cá? Volta para o inferno, miserável […] E ele vai te assassinar no fim (sic)”, diz trecho da dublagem.
Atos contra prédios públicos
O arquivo de planejamento de ações violentas contra religiosos também traz a data em que André Elias invadiu a Sinagoga Beth Yaacov Rebi Meyr, localizada na rua Leonardo Malcher, bairro Centro, na capital amazonense. Naquele dia, 30 de março, o investigado deixou um papel no local com símbolos nazistas. A PC-AM classifica documentos digitais elaborados pelo investigado como demonstração de “planejamento intencional e prévio das ações criminosas”.
Além do consulado dos EUA e do governador, o investigado planejou ações contra dois prédios da Universidade do Estado do Amazonas (EUA): a Escola Superior de Artes e Turismo (Esat), localizada na Avenida Leonardo Malcher, no bairro Praça 14 de Janeiro, na Zona Sul de Manaus. O “cronograma diário” do planejamento de ações hostis também mencionam a sede da reitoria da UEA, que fica na Avenida Djalma Batista, bairro Torres, respectivamente.
De acordo com o arquivo obtido pela CENARIUM, intitulado como “The Heart of hatred – My Goddamn dearly beloved diary”,ou “O coração do ódio – Meu maldito e amado diário” em tradução livre, o investigado criou o documento organizado em colunas que lista possíveis alvos, como:
- Dois policiais;
- Dois integrantes de tribunal;
- Consulado dos Estados Unidos:
- Prédios da UEA (Esat e reitoria), incluindo o atual reitor André Luiz Nunes Zogahib;
- Prédio de Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam)