Segundo o Inpe, no acumulado desde agosto, vem caindo rápido a diferença entre a área recorde de alertas do ano passado e a deste ano: em janeiro o desmatamento em 2021 era 21% menor que em 2020. Agora a diferença é de 8%, e ainda pode cair mais, conforme a reportagem do site O Dia.
Em nota, o Observatório do Clima afirma que “o dado é preocupante, porque o mês de maio marca o início da estação seca, quando a devastação se intensifica, em grande parte da região amazônica. A permanecer a tendência nos próximos dois meses, a taxa oficial de desmatamento de 2021 (medida de agosto a julho) poderá terminar com uma inédita quarta alta consecutiva”.
Em abril, o desmatamento cresceu 42% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 581 km² até o dia 29, contra 407 km² em abril de 2020. Os dados apontam que, na prática, perdeu-se 58 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 58 mil campos de futebol, em apenas um mês.
Desmatamento
Questionado pela reportagem sobre os índices de desmatamento, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, delegou a responsabilidade pelo controle ao vice-presidente Hamilton Mourão, alegando que, até abril, ainda estava em vigor a chamada Garantia de Lei de da Ordem (GLO), que enviou militares à Amazônia para apoiar o combate ao desmatamento.
“Abril ainda estava em vigor a GLO sob o comando do vice-presidente. Peço encaminhar a ele os questionamentos”, declarou o ministro.
A reportagem questionou a vice-presidência. Ainda não houve posicionamento até o fechamento deste texto.
Para Suely Araújo, ex-presidente do Ibama e especialista sênior em políticas públicas da organização Observatório do Clima, os números do sistema Deter de abril, com o maior valor desde 2015, refletem a ineficácia do governo atual no controle do desmatamento.
O que é a Amazônia Legal?
A Amazônia Legal é uma área formada por nove Estados e abrange toda a região Norte, além de partes do Centro-Oeste e do Nordeste.
São 5 milhões de quilômetros quadrados, ou 59% de todo o território nacional. Isso inclui os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, e Maranhão.