*Da Redação Dia a Dia Notícia
Em entrevista ao podcast do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), o economista e empresário Daniel Cruz, criador do primeiro gin de produção amazonense, o Eurydice Gin, afirmou que a média de consumo autodeclarado de bebidas alcoólicas destiladas do amazonense é de dois drinks por semana, no valor médio de R$ 20 cada. Segundo o empresário, os amazonenses consomem menos bebida alcoólica destilada do que o restante do país.
“O IBGE fez um levantamento comportamental nas principais capitais do Brasil e chegou à conclusão de perfil do brasileiro de que 30% da população das grandes cidades consome bebidas alcoólicas destiladas. Já em Manaus, apenas 15% da população consome”, cita Daniel Cruz.
Apesar do índice de consumo ser abaixo da média nacional, o empresário conta que enxergou na produção do gin uma oportunidade de negócio lucrativa.
“Diferente do resto do Brasil, que tem uma média de consumo maior, o amazonense toma dois drinks de R$ 20 por semana. Fazendo uma conta rápida, […] dá quase R$ 1 bilhão do volume de consumo autodeclarado de bebidas alcoólicas”, afirma.
O negócio de Daniel Cruz nasceu no início da pandemia de Covid-19, em 2020, e teve apoio de sua esposa, a química Fabíola Benarrós, que é a responsável técnica da empresa. Ele conta que já possuía a experiência e o conhecimento necessários para investir na produção da bebida alcoólica, a partir de sua experiência com um negócio familiar de torrefação de café.
“Eu tenho essa expertise acumulada de produtos de origem vegetal, e o trâmite de documentação da agricultura é meio parecido, então a gente pegou uma coisa e juntou pra outra, e estamos batalhando nessa área para ver se a gente vira um agente local de confiança e passe, ao invés de remunerar fatores de produção fora daqui, circular esse dinheiro aqui”, conta.
A valorização de insumos regionais e a economia circular são dois princípios que acompanham a existência do Eurydice Gin. Cerca de 85% dos materiais necessários para a produção da bebida são de origem local.
“A ideia é que a gente importe apenas os insumos necessários, e o que a gente puder suprir aqui a gente tem que suprir […] O tipo de insumo que a gente tem aqui é assustadoramente purificado”, ressalta Daniel.
“A gente acredita em economia circular e no desenvolvimento do nosso estado para que haja um estabelecimento e uma concretização daquilo que a gente está fazendo com seriedade, daqui pra fora, e não de fora para cá”, diz Fabíola.
O presidente do Corecon-AM, economista Marcus Evangelista, reforça a importância de consumir e valorizar produtos originais da Amazônia, como é o caso do Eurydice Gin. “Se você gosta de bebida destilada, gosta do gin, dê preferência a um produto que é produzido na Amazônia, de empresários locais que estão empregando pessoas aqui”, convida.
A bebida, de categoria “super premium”, pode ser encontrada nas lojas da Top Internacional, e de acordo com Daniel, é o primeiro item de produção amazonense a receber a certificação de venda pela importadora. Além do Eurydice, outros cinco produtos estão com previsão de lançamento ainda em 2023, para compor uma carta de coquetelaria regional.