A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), por meio do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), vai criar um banco de DNA de familiares de pessoas desaparecidas no estado. A medida faz parte da campanha nacional, proposta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que foi lançada em todo o país nesta terça-feira (25/05), em alusão ao Dia Internacional da Criança Desaparecida.
No Amazonas, o material genético será coletado pelo Instituto de Criminalística (IC) e terá início no dia 14 de junho. O Instituto vai receber familiares, especialmente genitores de pessoas desaparecidas, para a coleta do material genético. A campanha nacional tem como símbolo a flor miosótis, que significa “Não-Te-Esqueças-de-Mim” e representa a criança desaparecida como um símbolo mundial.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, a coleta de material vai acontecer em um ponto de atendimento no prédio do Instituto. Além de gotas de sangue de familiares de pessoas desaparecidas, também serão coletadas algumas informações como marcas no corpo, tatuagem, próteses, data do desaparecimento, roupa que a vítima utilizava pela última vez em que foi visto.
“Esses dados vão nos ajudar a solucionar também casos de pessoas desaparecidas já falecidas e que estão sem identificação no IML. É importante também que as famílias nos comuniquem que o desaparecido já foi encontrado. Por isso, o Amazonas vai adotar o bloqueio na identificação da pessoa. Dessa forma, o desaparecido não vai poder fazer movimentação bancária e caso esteja morto ou sequestrado, não vão poder usar indevidamente o seu RG”, explicou o secretário.
Os familiares que já são cadastrados no Ministério Público do Amazonas (MPAM), pelo Núcleo de Localização de Pessoas Desaparecidas, podem obter o encaminhamento do MPAM e ir até o laboratório ou também aqueles que possuem registro de desaparecimento da Polícia Civil. Em outros casos, as pessoas podem se dirigir ao laboratório a partir do dia 14 de junho.
O diretor do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), Lin Hung Cha, ressalta que após a campanha, a identificação de desaparecidos será feita pelo Banco de Perfil Genético, por meio da determinação de vínculo biológico entre as pessoas, o desaparecido e o familiar.
“O IML já tem um trabalho de pessoas não identificadas. A família do desaparecido pode preencher um formulário, com todas as características, para que possamos fazer o confronto das amostras de DNA. E agora com essa campanha, é mais uma ferramenta baseada na tecnologia e na ciência. É bom frisar a importância de a população comparecer ao instituto para compor o banco de perfis genéticos”, enfatizou Lin.
A coleta
Familiares de pessoas desaparecidas precisam ter interesse de doar amostra e, após a coleta de perfil genético, o cidadão assina um termo de consentimento. O DNA coletado não será utilizado para nenhum outro fim.
Após coletado o sangue, o material é inserido no banco de perfil genético e ele será confrontado com dados genéticos de pessoas mortas não identificadas, restos mortais não identificados no Amazonas e em todos os estados da federação para verificar se existe compatibilidade.
Registro
O Boletim de Ocorrência de desaparecidos pode ser feito em qualquer delegacia. Em Manaus, casos envolvendo crianças e adolescentes são investigados pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) e, preferencialmente, devem ser registrados lá também.
Já os casos envolvendo adultos são investigados pela Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops). Não há a necessidade de esperar 24 horas para registrar o desaparecimento de uma pessoa. Quanto antes essa informação chegar ao conhecimento das autoridades, mais rápido as investigações podem ser iniciadas.
Dados de Desaparecidos 2020 (Manaus)
Dados: SSP-AM
Total: 555 notificações
Masculino: 367 (66%)
Feminino: 188
Localizadas: 285
Desaparecidos 2021 (Manaus)
Dados: SSP-AM
Até abril total: 149
Masculino: 90
Feminino: 59