A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) emitiu um alerta mostrando que a pontuação da avaliação de risco sobre o cenário de pandemia no Estado passou de 16 para 19 pontos. Conforme avaliação da FVS-AM, a estabilização em patamar elevado de óbitos e casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), nos últimos 14 dias, podem representar tendência de crescimento. A taxa de ocupação hospitalar também reforça o alerta para manutenção dos cuidados de prevenção.
O cálculo da avaliação de risco de transmissão de Covid-19 no Amazonas é realizado pela FVS-AM com base em metodologia desenvolvida pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e padronizada nacionalmente.
A classificação de risco é um instrumento para apoio à tomada de decisão na resposta à pandemia de Covid-19, constituída por uma matriz de indicadores divididos em dois eixos: capacidade do sistema de saúde e evolução da pandemia.
Em Manaus, o aumento no número de casos de Covid-19 acende um alerta para a retomada da segunda onda na capital. Conforme a análise realizada pelo epidemiologista da Fiocruz/Amazônia Jesem Orellana, o gráfico 1 revela o crescimento de exames de antígeno positivos para a Covid-19.
“Especialmente no período de 10-14 de maio, quando o número de exames foi praticamente o mesmo do quantitativo correspondente a semana anterior (03-07 de maio), mas com positividade claramente maior ou de 17%, a maior positividade já registrada desde o início de março de 2021”, diz Orellana.
Já o gráfico 2 mostra uma subida no número médio de internados por Covid-19 em leitos clínicos dos dias 3 a 7 de maio para os dias 10 a 14 de maio.
O epidemiologista também chama a atenção para a variante encontrada na Índia. Caso comece a circular em Manaus, os problemas podem ser tornar imprevisíveis.
Análises epidemiológicas do órgão apontam que o Amazonas permanece na fase laranja (fase 3) da doença, que considera moderado o risco de transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Contudo, o cenário de estabilidade em número de casos e óbitos requer atenção para evitar retrocesso à fase vermelha. Em uma possível mudança de fase, se confirmada evolução de casos, óbitos e internações, a FVS-AM informa que são ativadas etapas do Plano de Contingência Estadual contra a Covid-19, associado a medidas restritivas de atividades comerciais e sociais estabelecidas.
A diretora técnica da FVS-AM, Tatyana Amorim, alerta que é imprescindível que sejam mantidos os cuidados preventivos ao novo coronavírus. “É extremamente importante que as pessoas continuem se prevenindo e buscando a vacinação contra Covid-19, já que os grupos prioritários para imunização estão sendo ampliados. A colaboração de todos é decisiva nesse momento para evitar que retornemos às medidas restritivas já flexibilizadas”, alerta a diretora.
Fases
Conforme a metodologia de cálculo do risco de transmissão da Covid-19, as fases recebem cores de acordo com a gravidade da pandemia representada em pontuação numérica: 0 pontos, risco muito baixo, fase 1 – vigilância; 1 a 10 pontos, risco baixo, fase 2 – amarela; 11 a 20 pontos – risco moderado – fase 3 – laranja; 21 a 30 pontos, risco alto, fase 4 – vermelha; mais de 30 pontos, risco muito alto, fase 5 – roxa.
A mudança nestas fases é o que define medidas de flexibilização. “Da mesma forma que nós podemos avaliar a possibilidade de flexibilização, abertura de comércio e dos serviços, o retrocesso também é possível, desde que o comportamento da doença sinalize para isso. Então fica aí o alerta à sociedade, à população, principalmente na questão econômica, que nós só podemos avançar na flexibilização em razão da redução do número de casos, uma vez que a gente inverte essa redução, as medidas de restrição também devem ser revistas”, ponderou.
*Com informações da FVS-AM.