Manaus, sábado 6 de dezembro de 2025
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Amazonas tem 1,1% da população diagnosticada com autismo, revela IBGE; homens são maioria

*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

Pela primeira vez na história, o Brasil tem um dado oficial sobre o número de pessoas com diagnóstico de autismo. Segundo os resultados preliminares da amostra do Censo Demográfico 2022, divulgados no último dia 23 de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2,4 milhões de brasileiros declararam ter recebido diagnóstico de transtorno do espectro do autismo (TEA) por algum profissional de saúde, o equivalente a 1,2% da população do país. No Amazonas, 1,1% da população declarou já ter recebido diagnóstico de autismo por um profissional de saúde. O número de pessoas com diagnóstico chega a 43.983 mil, sendo mais de 27 mil em Manaus.

Com base nesses números, Manaus tem 27.636 pessoas com diagnóstico de autismo – o equivalente a 1,3% da população da capital amazonense, estimada em 2.063.689 habitantes, segundo dados do Censo de 2022, consultados no dia 10 de junho de 2025.

Do total registrado na capital, 17.983 são homens (65%) e 9.653 mulheres (35%). A maior concentração é entre crianças de 5 a 9 anos com 5.942 casos, o equivalente a 21,5% do total. Quanto à cor ou à raça, 17.985 (65,1%) se declararam pardos.

O levantamento também evidencia que, em Manaus, entre os 10.496 estudantes com autismo, a maior parte — 6.919 pessoas (65,9%) — estava matriculada no ensino fundamental regular. O ensino médio aparece em seguida com 1.603 estudantes (15,3%), seguido pelo pré-escolar com 671 alunos (6,4%).

As demais etapas incluem: creche (47 pessoas, 0,4%), alfabetização de jovens e adultos (204, 1,9%), educação de jovens e adultos do ensino fundamental (289, 2,8%), educação de jovens e adultos do ensino médio (16, 0,2%), superior de graduação (660, 6,3%) e especialização de nível superior (87, 0,8%).

Números no Amazonas

Os dados do Amazonas revelam ainda diferenças importantes. O diagnóstico é mais comum entre os homens (1,4%) do que entre as mulheres (0,8%) e entre pessoas brancas (1,5%) seguidos por pessoas pretas (1%), enquanto o menor percentual está entre os indígenas, com 0,7%. Essa diferença evidencia desigualdades no acesso ao diagnóstico e aos serviços de saúde.

Entre os municípios com mais pessoas indígenas com autismo destacam-se Manaus (959 casos), São Gabriel da Cachoeira (546) e Coari (389). Em contrapartida, Apuí, Urucará e São Sebastião do Uatumã registraram, juntos, apenas 10 casos.

Na rede estadual e municipal de ensino, foram identificados 16.135 estudantes.

Números nacionais

O Censo 2022 trouxe, pela primeira vez, dados sobre pessoas com autismo, a partir de um quesito incluído no questionário da amostra. Nele, o informante do domicílio indicava se algum morador havia recebido diagnóstico de autismo por um profissional de saúde. Os resultados revelaram que 2,4 milhões de pessoas declararam ter recebido esse diagnóstico. A prevalência foi maior entre os homens (1,5%) do que entre as mulheres (0,9%), o que corresponde a 1,4 milhão de homens e 1 milhão de mulheres.

A maior proporção de diagnósticos foi observada na faixa etária de 5 a 9 anos, com 2,6% das crianças identificadas com TEA. Em termos regionais, as variações não foram grandes: o Centro-Oeste apresentou a menor taxa, com 1,1% da população diagnosticada, enquanto as demais regiões registraram 1,2%. Em números absolutos, o Sudeste concentrava a maior quantidade de pessoas diagnosticadas (pouco mais de 1 milhão), seguido pelo Nordeste (633 mil), Sul (348,4 mil), Norte (202 mil) e Centro-Oeste (180 mil).

Apesar de a maior concentração de pessoas com TEA estar no Sudeste em números absolutos (43%), os maiores percentuais estão nas regiões Norte e Nordeste. Acre e Ceará lideram com 1,6%, seguidos do Amapá, com 1,5%.

Outro destaque do levantamento é o número de estudantes com autismo: 760 mil alunos a partir dos seis anos de idade, sendo que dois terços estão no ensino fundamental.

A taxa de escolarização entre pessoas com TEA é maior que a da população geral, pois muitos estão em idade escolar. No entanto, especialistas alertam que a inclusão real ainda está longe do ideal, principalmente na rede pública.

Apesar do primeiro retrato nacional, o relatório do IBGE também reconhece limitações deixando o número subdimensionado: isso porque a pergunta feita no Censo foi direta — “Já foi diagnosticado(a) com autismo por algum profissional de saúde?” —, o que pode ter deixado muitos casos de fora, principalmente entre adultos e idosos, que não foram diagnosticados ao longo da vida.

Os resultados completos podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA, o Panorama do Censo e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI), sendo que nesses dois últimos poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos.

Emissão de carteiras no Amazonas

O Governo do Amazonas informou este ano que já emitiu mais de 9.4 mil unidades da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), desde seu lançamento. Disponibilizada pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), a carteira é um direito de acordo com a Lei Estadual n° 5.403/21.

Leia mais: Conscientização do Autismo: conheça leis nacionais e direitos da pessoa com TEA

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