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Amazonas lidera estimativas de câncer de tireoide e laringe na região Norte

*Da Redação Dia a Dia Notícia

O Brasil entrou na campanha do Julho Verde, mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, doença oncológica que reúne diferentes tumores malignos que podem acometer a cavidade oral, os seios da face, a faringe, nasofaringe, orofaringe, hipofaringe, glândulas salivares e glândula tireoide. As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) apontam para 41 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço. No Brasil, os tipos mais comuns são os de cavidade oral, nos homens, e de laringe e de tireoide, nas mulheres.

Na região Norte do país, o Amazonas ocupa a primeira posição no câncer de tireoide, com 6,11 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto no câncer de laringe ocorrem 2,19 casos. Já no estado do Amapá, o principal é o câncer da cavidade oral, com 5,25 casos para cada 100 mil habitantes.

As estimativas do Inca para a região Norte em 2023 foram as seguintes:

 

CÂNCER DE TIREOIDE – INCA – 2023

Estado Homem * Mulher* Geral*
Acre 2,04 4,78 3,78
Amapá 0,82 3,96 2,39
Amazonas 2,18 5,15 6,11
Pará 0,98 2,85 2,03
Rondônia 0,65 3,57 2,11
Roraima 0,47 2,39 2,16
Tocantins 0,42 3,97 1,43

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas

 

CÂNCER DA CAVIDADE ORAL – INCA – 2023

Estado Homem * Mulher* Geral*
Acre 4,04 1,20 2,57
Amapá 8,40 2,31 5,25
Amazonas 6,21 2,20 4,14
Pará 4,88 2,16 3,49
Rondônia 6,00 2,69 4,29
Roraima 6,77 1,10 3,80
Tocantins 6,89 3,30 5,03

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas

 

CÂNCER DE LARINGE– INCA – 2023

Estado Homem * Mulher* Geral*
Acre 3,39 0,79 2.04
Amapá 3,37 0,50 1,92
Amazonas 3,79 0,73 2,19
Pará 3,26 0,50 1,85
Rondônia 3,64 0,48 2,09
Roraima 3,27 0,40 1,91
Tocantins 2,68 1,23 2,07

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas

 

Apesar dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço – tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) – serem conhecidos e potencialmente evitáveis, a doença segue comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades médicas.

Ao evitar os fatores de risco, especialistas alertam que cerca de 40% dos casos poderiam ser evitados. Não fumar, não consumir em excesso bebidas alcoólicas e estar vacinado contra HPV. Por sinal, desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece a proteção de meninos contra o vírus HPV. Essa medida se soma à imunização que já ocorria desde 2014 nas meninas. As vacinas contra HPV protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados com câncer. Os HPVs oncogênicos – 16 e 18 – são também prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe.

A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço aumenta as chances de sucesso do tratamento e contribui para diminuir sequelas, proporcionando mais qualidade de vida para o paciente. Dados sobre câncer de cavidade oral e laringe do levantamento SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos (NCI), apontam que 86,6% dos pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento quando o tumor era inicial, localizado apenas no órgão. Quando a doença se espalha pelos linfonodos a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 69,1%. Com doença à distância (metástase) a taxa é de 39,3%. Portanto, é importante estar atento a alguns sinais e sintomas, como:

  • Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
  • Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
  • Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
  • Dificuldade para mastigar ou engolir
  • Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
  • Dormência da língua ou outra área da boca
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
  • Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
  • Mudanças na voz
  • Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
  • Perda de peso
  • Mau hálito persistente

São sinais e sintomas que não necessariamente podem estar relacionados a um câncer, mas é importante consultar o médico ou o dentista, principalmente, se esses incômodos persistirem por mais de duas semanas. A confirmação do diagnóstico depende de biopsia.

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