*Da Redação Dia a Dia Notícia
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) esteve em Manaus para presidir a 308º reunião do Conselho Administrativo da Suframa (CAS). O evento ocorreu no Centro de Convenções Vasco Vasquez na tarde desta sexta-feira (24/3). Titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Alckmin destacou os potenciais da Zona Franca para a geração de empregos em diversos setores e revelou que, na próxima semana, será publicado o decreto que formaliza a organização social que irá gerir o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA).
Antes da reunião, o vice-presidente esteve no CBA e ressaltou que a instituição, atualmente, opera com 10% da sua capacidade e tem alto potencial para realizar pesquisas e gerar emprego e riqueza na região.
“Espero que semana que vem, governador [Wilson Lima], lideranças aqui do estado do Amazonas e toda a região, a gente assine finalmente o reconhecimento da organização social para gerir o centro de tecnologia da Amazônia. Visitei o CBA e ele está operando com 10% do potencial e já conheci trabalhos maravilhosos, porque o caminho é fazer pesquisas e a patente, mas depois virar indústria e depois virar emprego para a região”, destacou.
Ainda na época do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um grupo formado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (Fuea) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT-SP) venceu o edital para gerir o CBA.
Novas matrizes
O vice-presidente pontuou o potencial do Amazonas nos setores de potássio e gás natural como modalidades econômicas complementares e afirmou que o Governo Lula buscará destravar a exploração do minério no município de Autazes. Atualmente, a região vive uma batalha jurídica entre a empresa Potássio do Brasil e o povo indígena Mura.
“Nós vamos trabalhar com emprenho para a gente resolver o problema jurídico. Não é possível levar cinco anos para discutir se a competência do licenciamento é do Ibama ou do Ipaam. Não é possível. Esse pode ser um dos maiores investimentos do país, e o Brasil pode deixar de importar 98% de potássio”, confirmou.
Alckmin também defendeu o fortalecimento da exploração do gás natural, que pode tornar o país uma grande potência no polo de fertilizantes.
“80% do nitrogênio está no ar, e como eu transformo esse nitrogênio em ureia e amônia para formar o fertilizante? [Usando o] gás natural. Qual o nosso problema? O gás natural do pré-sal da Petrobras custa [entre] 14 a 17 dólares o milhão de btus. O gás natural nos Estados Unidos custa três dólares. Essa é uma oportunidade excepcional, porque nós temos aqui pertinho de Manaus o gás natural de Urucu. Se tivermos o gás natural mais econômico, podemos atrair toda a indústria de nitrogenados. Se tiver ainda o potássio aqui também, vai ser uma potência”, destacou.
Superintendência
Em coletiva após o evento, Geraldo Alckmin negou que haja um atraso na indicação oficial do superintendente da Zona Franca de Manaus, atualmente chefiada pelo servidor de carreira Marcelo Pereira.
“A Suframa não está acéfala, ela tem um superintendente que está trabalhando muito bem, que é de carreira, que conhece muito bem e que trabalha, que tem doutorado. Então não tem nada atrasado. A definição nós fazemos em uma ou duas semanas no máximo. Aí vamos ouvir as duas coisas: as lideranças políticas da região, que são os maiores interessados na Suframa, e ao mesmo tempo precisa ter uma boa opção técnica para assumir o cargo”, disse.
Desde a posse de Lula, a Suframa está há 83 dias sem um titular. Até o momento, há dois nomes na disputa: o ex-deputado federal José Ricardo (PT), que recebeu o apoio de diversas instituições, e o ex-deputado federal Bosco Saraiva (Solidariedade), indicado pela bancada federal amazonense.