Manaus, sexta-feira 5 de dezembro de 2025
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Aimi Amazônia: bolsas de luxo que nascem da floresta e conquistam o mundo

*Audrey Bezerra – da Redação do Dia a Dia Notícia 

O crescente interesse global pelo potencial bioeconômico da região amazônica tem impulsionado iniciativas que unem tradição, sustentabilidade e inovação. É nesse cenário que surge a Aimi Amazônia, marca de bolsas de luxo criada no Amazonas pelo designer e instrutor de desenho de moda Eben Santana, que transforma matérias-primas da floresta em verdadeiras obras de arte.

A ideia do projeto surgiu a partir de um despertar espiritual do designer Eben Santana, que sempre se inspirou em marcas que transformam bolsas em verdadeiras obras de arte. Ao perceber o potencial criativo e econômico da Amazônia, ele decidiu unir sua paixão pelo design à diversidade de matérias-primas e conhecimentos tradicionais da região.

“Foi por meio desse despertar, do processo de autoconhecimento que me dei conta que a Amazônia tem um peso muito fundamental dentro de mim e isso reverberou, me deu inspiração, me trouxe lembranças das minhas raízes”, contou.

Apesar de ainda utilizar couro importado de outras regiões do Brasil — e, por isso, não considerar seu trabalho 100% sustentável —, o designer busca alternativas regionais certificadas para reduzir o impacto ambiental. “Tenho um olhar atento à sustentabilidade e sempre faço o possível para mudar. Usar o que temos próximo, sem precisar buscar fora, é essencial para criar peças únicas, duráveis e com um design incrível”, afirma.

 

Tradição indígena e design contemporâneo

A produção da Aimi Amazônia é marcada pela fusão entre design contemporâneo e técnicas tradicionais. O ateliê, localizado na rua Viena, bairro Planalto, em Manaus, é o ponto de criação de peças exclusivas que levam até cinco dias para serem confeccionadas manualmente.

Entre os materiais utilizados estão a palha trançada da Associação Waimiri Atroari e também das famílias indígenas Baré e Curipaco, especialistas em cestarias de arumã. Ambas são do município de São Gabriel da Cachoeira, distante a 851.14 km de Manaus, pertencentes à comunidade do Areal.

A equipe da Aimi também utiliza em suas peças palha trançada artesanalmente pela comunidade indígena Baniwa, por meio da tradicional cestaria Baniwa, produzida em Rio Preto da Eva, distante 79 km ao norte da capital do Amazonas. A marca também valoriza o uso de helicônia e da orquídea amazônica Cattleya alba como elementos decorativos nas tags das bolsas.

As peças, produzidas manualmente em processos que levam até cinco dias, são verdadeiros objetos de desejo, valorizando a cultura amazônica em cada detalhe.

Além de gerar renda, a parceria com comunidades indígenas respeita práticas culturais e preserva técnicas ancestrais. “Trabalhamos em colaboração e com o devido respeito à cultura e tradições, reconhecendo a importância do artesanato como fonte de renda e expressão cultural”, explica Eben.

Reconhecimento internacional

Com DNA 100% amazônico, a Aimi já ultrapassou fronteiras, exportando para Europa, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, e marcando presença duas vezes na São Paulo Fashion Week e também no DW! Talks na Semana de Design. A marca também já teve publicações na Elle, Harper’s Bazaar e Veja São Paulo.

Segundo Eben, cada bolsa é um objeto de desejo que carrega a identidade da floresta, a delicadeza do trabalho manual e a força das raízes culturais amazônicas.

A marca reafirma seu compromisso com uma moda decolonial, sustentável e profundamente conectada ao território.

Visitas ao ateliê podem ser agendadas previamente. Mais informações estão disponíveis nos canais oficiais da marca.

 

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