A Polícia Civil revelou, na manhã de hoje (18), que o adolescente que planejava um massacre em uma escola de Manaus também pretendia executar o ataque simultâneo em instituições de ensino em outros estados.
A delegada Joyce Coelho explicou que a ação coordenada aconteceria também no Rio Grande do Norte e em Goiás. Para isso, o menor contava com a ajuda de outros dois adolescentes que estudam nas escolas alvos.
O trio se conheceu pela internet e combinava os detalhes do plano desde abril por meio de mensagens em aplicativos. “As conversas se intensificaram nessa preparação. Vem desde abril essas conversas e agora em agosto ele já estava no sentido de dizer quantas munições seriam necessárias e o que eles fariam com as bombas caseiras”.
O teor das conversas foi interceptado pelo setor de Inteligência Cibernética do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e os envolvidos foram identificados. As detenções no Rio Grande do Norte e em Goiás ocorreram no último fim de semana, mas o jovem manauara só foi localizado e apreendido nessa terça-feira (17), na casa onde mora, no bairro Novo Aleixo.
Para planejar os ataques, os menores estavam se informando sobre grandes tragédias ocorridas no Brasil e no exterior. Os jovens tinham a intenção de executar o massacre como ocorreu em uma escola de Suzano, em São Paulo, no ano de 2019, e outra em Realengo, no Rio de Janeiro, em 2011, mas de forma “melhorada”.
Coelho também revela que o jovem não estuda mais na instituição onde afirma que sofria bullying. Mesmo assim, pretendia realizar um banho de sangue no local:
“Ele pretendia direcionar esse ataque para lá, inclusive com desenhos e mapas do entorno dessa escola e de tudo que ele pretendia fazer (…) Ele representava um risco para toda aquela comunidade escolar’, diz a delegada.
O menor foi conduzido para a sede da Depca acompanhado do pai e na delegacia confessou que era o mentor dos ataques e que pretendia se vingar porque sofria bullying na escola.
“Esse adolescente acabou confessando todo o plano, até porque ele já estava ciente que nos outros estados, os adolescentes que conversavam com ele via rede social já estavam apreendidos”, disse Joyce.
A delegada desabafa que a sensação da equipe policial é de alívio por ter conseguido evitar que o ataque acontecesse e que vários inocentes fossem assassinados:
“A Polícia Civil, neste momento, se sente aliviada porque além dessa missão exitosa de ter localizado o adolescente, a gente se sente aliviada por não ver um episódio sangrento e evitar um massacre desse”, relata.
As investigações e o monitoramento devem continuar para identificar se há outras pessoas envolvidas. Segundo a delegada Elizabeth de Paula, da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI), o adolescente apreendido deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar. Ele vai passar por audiência e a Justiça definirá para onde o menor será direcionado e qual será a punição aplicada.