*Da Redação Dia a Dia Notícia
Considerado o tumor urológico de maior prevalência entre homens jovens (com idade entre 20 e 35 anos), o câncer de testículo é responsável por cerca de 5% dos diagnósticos de neoplasias malignas na população masculina. A alteração ganha os holofotes neste mês, quando é desenvolvida a campanha ‘Abril Lilás’, uma iniciativa que busca alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e da informação acerca do tema, explica o cirurgião uro-oncologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.
Os testículos são parte do sistema reprodutivo do homem e ficam localizados no saco escrotal. Além de produzirem os hormônios masculinos conhecidos como andrógenos, eles também são responsáveis pela produção dos espermatozoides.
Presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Figliuolo destaca que o câncer de testículo é considerado raro no universo da oncologia e, por conta disso, muitas vezes tem seus sintomas negligenciados, inclusive por desconhecimento de grande parte da população sobre sua existência.
Com cerca de 20 anos de experiência na área de uro-oncologia, o cirurgião explica que, dependendo da extensão da doença, ela pode levar à infertilidade e até à morte caso negligenciada. Por outro lado, o diagnóstico precoce, quando feito com a doença ainda localizada, por resultar na cura total do paciente.
“É um tumor que afeta, na maioria das vezes, homens jovens, em idade sexualmente ativa, mas que se tratado a tempo, pode eliminar a possibilidade de sequelas como a infertilidade. Isso porque, em parte dos casos, ele atinge apenas um dos testículos, permitindo que o remanescente continue a produzir espermatozoides e testosterona, hormônio de grande importância para o organismo masculino e para a promoção de uma vida sexual saudável e plena”, explica.
Conforme Figliuolo, quando é diagnosticado inicialmente, o câncer de testículo tem chances de cura acima de 90%. “A suspeita de que há sinal da doença ocorre com o aumento de volume do testículo. Um nódulo endurecido e indolor, que vai crescendo. Tem que ter cuidado, pois, se for um indivíduo jovem, pode ser câncer e pode evoluir para metástase (disseminação para outras partes do corpo) se não tratado”, destacou.
O diagnóstico inclui avaliação clínica por um urologista e a retirada de fragmento para análise patológica, que determinará o tipo de tumor e a terapia a ser adotada. Dependendo do estadiamento da doença, além de fatores como quadro clínico e idade, o tratamento do câncer de testículo pode incluir cirurgia, radioterapia e até quimioterapia. Os tratamentos podem ser individuais ou combinados, considerando cada caso específico.