Reuters
Os indígenas do Brasil disseram nesta segunda-feira que vão dizer a uma conferência climática das Nações Unidas que o mundo precisa de sua expertise na proteção da floresta amazônica para resolver a crise do aquecimento global.
Os grupos – que dizem estar enfrentando ameaças crescentes de madeireiros, mineiros e do próprio governo cético em clima do Brasil – disseram à Reuters que trouxeram 40 enviados para a conferência COP26 em Glasgow, sua maior delegação internacional de todos os tempos.
“Se não houver proteção dos territórios e direitos indígenas, também não haverá solução para a crise climática, porque somos parte dessa solução”, disse Sonia Guajajara, chefe da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Abip).
“Precisamos salvar urgentemente nossos territórios para proteger a vida dos povos indígenas e o futuro do nosso planeta”, acrescentou por e-mail.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e considerada um baluarte crucial contra as mudanças climáticas.
Especialistas em meio ambiente dizem que as florestas mais protegidas da Amazônia estão em reservas indígenas onde a conservação é fundamental para a cultura. As taxas de desmatamento são significativamente menores em terras indígenas protegidas, de acordo com um relatório publicado em março pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
Mas territórios indígenas estão sendo invadidos por madeireiros ilegais, pecuaristas e garimpeiros que poluem os rios, dizem seus líderes, antropólogos e promotores federais.
Esses invasores tornaram-se mais ousados sob o governo de extrema-direita do presidente Jair Bolsonaro, que está pressionando por mais mineração e agricultura comercial na Amazônia.
Bolsonaro diz que o Brasil precisa desenvolver a Amazônia para gerar empregos para os 20 milhões de pessoas que vivem lá.