O alto escalão do Exército Brasileiro, após voto majoritário no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018, defende hoje a consolidação de uma candidatura de terceira via para romper a polarização Lula-Bolsonaro que permeia as eleições de 2022.
Ao Estadão, a maioria dos generais da ativa e da reserva afirmaram que é preciso acrescentar o abandono da aposta em Bolsonaro ao antipestismo, algo que vem ganhando cada vez mais adeptos nas fileiras militares.
O general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-secretário de Governo, afirmou que é preciso “romper a polarização atual para que o país possa reconquistar um nível mínimo de consenso político e de diálogo social, que são essenciais ao desenvolvimento nacional e ao bom funcionamento de qualquer democracia”.
Os militares tentam se dissociar do governo e do desastre da gestão da pandemia, muito pelas ações do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que participou de comícios ao lado de Bolsonaro, algo proibido para militares da ativa.
Ainda assim, muitos membros das Forças Armadas ainda apoiam Bolsonaro. O general Francisco Mamede de Brito Filho, membro do Ministério da Educação em 2019, diz que o “apelo de cunho demagógico a ideias conservadoras por parte do atual governo, aliado à política de distribuição de benesses a uma numerosa parcela de militares e parentes de militares, tem conseguido cooptar um segmento significativo de seguidores no âmbito da família militar”.
*Com informações de Estadão Política