A Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Feapaes) no estado do Amazonas realizou a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla deste ano. A campanha anual, desenvolvida de 21 a 28 de agosto desde 1963, foi introduzida no calendário nacional pela Lei nº 13.585/2017.
O objetivo é divulgar conhecimento sobre as condições sociais das pessoas em situação de deficiência intelectual e múltipla, como meio de transformação da realidade, superando as barreiras que as impedem de participar coletivamente em igualdade de condições com as demais pessoas. A cada ano é definido um tema, que busca conscientizar a sociedade acerca de determinadas necessidades para inclusão plena.
2021
O tema para 2021 foi “É tempo de transformar conhecimento em ação”. Esse tema aponta para o fato de que hoje o Brasil tem uma das legislações mais avançadas do mundo no que se refere à garantia de direitos das pessoas em situação de deficiência, no entanto, na prática, a maior parte do que se assegura na lei não é acessível a todos.
O evento propôs provocar o debate nacional levando às pessoas em situação de deficiência intelectual e múltipla conhecimento sobre os seus direitos, a partir de conteúdos acessíveis sobre transporte, moradia, acesso à educação, saúde e assistência social, pensando em como assegurar que esses direitos se efetivem na vida diária. No Amazonas, 16 entidades participaram do evento.
A presidente da Feapaes-AM, Socorro Gil, acredita que o evento é, ao mesmo tempo, um grande desafio e oportunidade. De acordo com a dirigente, as dificuldades logísticas e de comunicação do estado, por conta das grandes distâncias, exige dos amazonenses um pouco mais de esforço, sem no entanto desmotivá-los. Hoje aos 60 anos, Socorro iniciou o trabalho na Apae em 1995, quando se tornou a primeira presidente da instituição em sua cidade natal, Tefé, um feito que para muitos que a viram criança era impossível. Mas dentro da casa de Dona Auzira, a mãe, nunca houve duvidas da capacidade da filha.
“Eu sou a prova de que com apoio da família todas as pessoas com alguma limitação conseguem se superar, atuar e ser protagonista na sociedade. É isso que precisamos mostrar a todos, desmistificar o que separa e incentivar as ações que fortalecem e encorajam”, revela Socorro.
Socorro continuou, afirmando que “o Brasil é um país com dimensões continentais, as desigualdades das condições de vida são evidentes, assim como a marginalização social de grupos vulneráveis, que necessitam de apoios especializados para superação das barreiras que impedem o exercício pleno da sua cidadania. O assunto deve ser debatido nacionalmente, levando às pessoas em situação de deficiência intelectual e múltipla, conhecimentos sobre os seus direitos, a partir de conteúdos acessíveis sobre transporte, moradia, acesso à educação, saúde e assistência social, contribuindo assim para a efetivação dos muitos direitos já conquistados no cotidiano brasileiro.
