A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (31), a Operação Presente de Grego, com o objetivo de desarticular a estrutura regional de facção criminosa que atua dentro e fora do sistema prisional em todo o país. A ação conta com o apoio das polícias Civil, Militar e Penal de Roraima.
Mais de cem policiais federais cumprem 45 mandados expedidos pela Vara de Entorpecentes e Organização Criminosa da Justiça Estadual em Roraima. Estão sendo cumpridos 24 mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão, nos municípios de Boa Vista, Mucajaí e Iracema, no Estado de Roraima, e em Humaitá, interior do Amazonas.
As investigações iniciaram em junho deste ano, após a prisão em flagrante de um suspeito que participaria de um “plano de reestruturação” da organização criminosa em Roraima.
Segundo o inquérito policial, os próprios faccionados estariam queixosos das dificuldades em preencher os “cargos” da organização, em razão das sucessivas atividades da PF no estado, de forma que a facção teria enviado criminosos de outras unidades da federação para coordenarem a reestruturação do grupo.
Em apenas dois meses, foram identificadas as novas lideranças no estado, inclusive constatando o retorno de alguns condenados por participação em organização criminosa à “linha de frente” de atuação do grupo.
Dos 24 alvos dos mandados de prisão, 19 já foram indiciados ou condenados por envolvimento com outros crimes, e, desses, ao menos sete também possuem o registro de passagens pelo Juízo da Infância e Juventude pela prática de atos infracionais análogos a crimes como participação em organização criminosa e homicídio.
Os crimes imputados aos investigados são participação em organização criminosa, com uso de arma de fogo e com agravamento da pena para quem exerce o comando da organização, bem como o crime de tráfico de drogas. As penas destes crimes, somadas, podem ultrapassar os 25 anos de prisão.
O nome da operação faz referência à expressão popular na qual um presente, geralmente algo benéfico, traz algum prejuízo para o recebedor, ao contrário do esperado, por se tratar de data na qual os criminosos comemoram o início das atividades da organização criminosa.