Aos 34 anos de idade, José Aldo não atravessa o auge da carreira. Nem por isso deixou de ser um lutador empolgante e capaz de proporcionar combates eletrizantes. Na coluta principal do UFC 265, sábado, em Houston (EUA), o ex-campeão do peso-pena venceu Pedro Munhoz por decisão unânime (triplo 30-27) após três rounds, pela divisão dos galos.
Nesse combate, José Aldo anotou 114 golpes significativos, seu recorde na carreira, incluindo seus 26 combates pelo extinto WEC e pelo UFC, mesmo contabilizando duelos de cinco rounds, o que mostra a expressividade da marca.
Radiante pela vitória – e pela ótima performance diante do compatriota -, José Aldo afirmou que tem como objetivo repetir no peso-galo o sucesso que fez na época em que foi campeão dos penas.
“Venho treinando muito, meu sonho é ser campeão dessa categoria, me dedico, Pedro é muito duro, o tenho que agradecer a oportunidade de lutar contra ele. Quero ser campeão, pode ter certeza que vou para dentro dos próximos desafiantes ainda mais”, declarou.
A luta
Pedro Munhoz conectou um chute rodado no primeiro movimento da luta. O paulista mediu a distância no jab, e o ex-campeão mirou a linha de cintura. Os atletas se estudaram, em clima tenso, ciente de que um erro poderia custar caro. José Aldo soltou uma joelhada de encontro, que acertou em cheio o adversário. Pedro Munhoz, porém, não reduziu o ritmo e continuou a buscar a distância para acertar o oponente. O ex-campeão dos leves trabalhava golpes na linha de cintura e, na reta final, conectou um bom gancho. Foi mais certeiro que Munhoz e, ligeiramente, superior.
Munhoz se mostrava ativo, ditando o ritmo e impondo seu volume, porém, tinha muitos golpes bloqueados. José Aldo aplicava menos golpes – mas aplicava socos mais significativos. Os atletas se respeitavam, mediam a distância e, a 1m30s do fim, devido ao equilíbrio em pé, Dedé Pederneiras, técnico do ex-campeão dos penas, pediu para o pupilo investir na queda para poder pontuar. O atleta da Nova União, contudo, sequer esboçou levar o embate ao solo. Nesta etapa, Aldo acertou 36 golpes significativos, contra 28 do compatriota. Round, novamente, pautado pelo equilíbrio.
Quando o árbitro autorizou o início do terceiro round, José Aldo impôs uma sequência frenética de socos no rosto de Munhoz. O paulista, em seguida, tentou um chute plástico, que passou no vazio. O ex-campeão trabalhou jab e direto com violência, em seu melhor momento no combate. Na metade final do round, o “Campeão do Povo” acertou um chutaço baixo, uma de suas armas mais marcantes da carreira. Confortável, Aldo acertou novamente um chute baixo, combinou jab e direto e trabalhou com inteligência para circular no octógono à espera do fim. Deu tempo ainda, porém, de carimbar o rosto do compatriota com mais uma dura sequência.