O Ministério da Saúde divulgou, nesta quarta-feira (19), o protocolo que libera o uso de cloroquina e hidroxicloroquina até para casos leves de Covid-19, além do uso com sintomas graves, como já havia sendo feito.
A liberação era um desejo manifestado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já há algumas semanas. Dois ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, chegaram a renunciar o cargo por não concordarem com o protocolo.
O atual ministro interino, general Eduardo Pazuello, assinou o documento, apesar de não haver comprovações científicas de que a cloroquina possa curar a Covid-19. Estudos internacionais não encontraram eficácia no remédio e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso.
O que diz o protocolo?
“Apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de possuírem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há meta-análises de ensaios clinicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o beneficio inequívoco dessas medicações para o tratamento da Covid-19. Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente”, diz o documento.
Segundo o protocolo, a cloroquina “deve ser usada com precaução em portadores de doenças cardíacas, hepáticas ou renais, hematoporfiria e doenças mentais”.
Entre as contraindicações para o uso do medicamento, estão “gravidez, retinopatia/maculopatia secundária ao uso do fármaco já diagnosticada, hipersensibilidade ao fármaco e miastenia grave”.