*Da redação Dia a Dia Notícia
A parte central de Manaus que foi uma das mais afetadas pela cheia, está voltando a normalidade com o início da vazante das águas do rio Negro. Aos poucos as vias interditadas que estavam totalmente submersas estão sendo liberadas. Com isso o comércio do Centro de Manaus vai se reerguendo e recuperando o movimento considerado normal.
Durante a cheia, barricadas e passarelas foram instaladas para melhor circulação da população. Porém o início da vazante traz otimismo aos lojistas em relação ao aumento da movimentação, principalmente com a aproximação da data comemorativa do Dia dos Pais.
De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) houve uma crescente nas vendas do comércio varejista no Brasil de 1,4% no mês de maio, em comparação ao mês de abril. No Amazonas, as vendas subiram 4,4% em maio. Houve um avanço de 16% se comparado ao mesmo período do ano de 2020. A expectativa é que no segundo semestre as vendas aumentem.
Nesta semana, a Prefeitura de Manaus iniciou o processo de recuperação asfáltica das vias que foram atingidas pela cheia no centro da cidade. O comerciante Carlos Furtado, 64, que trabalha no local com vendas de roupas há mais de 30 anos, diz que, com a liberação da rua Floriano Peixoto, as vendas devem voltar a acontecer. “Foi mais de um mês de prejuízo com essa alagação e a água só não invadiu a minha loja, porque nós fizemos uma mureta de contenção. Eu perdi 50% do meu faturamento nesse período, mas, com a liberação da via, tudo vai melhorar, porque meus maiores clientes são os passageiros dos ônibus”, concluiu o comerciante. Aos poucos o comércio do Centro de Manaus vai se restabelecendo de acordo com a descida do rio Negro e liberação das vias que dão acesso aos vários pontos do centro da cidade.
Descida das águas
Após atingir 30,02 metros e superar a maior cheia de toda a história, o nível do rio Negro em Manaus está diminuindo e está em processo de vazante. Nesta segunda-feira (12), o rio se encontra com 29,69 metros na capital do Amazonas. Mesmo com o princípio do processo de descida das águas, as cidades afetadas ainda continuam com níveis acima da cota de inundação severa. Como em seu princípio a vazante é lenta e gradual, os efeitos da inundação não se encerram logo que o rio começa a descer. Os níveis são monitorados pelo Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE), plataforma desenvolvida pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Em Manaus, o rio vem descendo há vários dias e já desceu 33cm, tornando possível a afirmação de que o processo de vazante realmente se iniciou. No dia 16 de junho, o rio Negro atingiu os 30,02 metros após passar 8 dias estabilizado na marca histórica de 30 metros. A subida não foi considerada um repiquete, já que aconteceu devido a uma chuva específica, de magnitude acima do esperado, observada entre os dias 13 e 14 de junho, em uma grande área das bacias dos rios Negro e Solimões. Portanto já era previsto que após o efeito dessa chuva, os rios retomassem seu processo de decida.