Nesta quinta-feira (24/06), o site Amazonas Atual informou que a vencedora do pregão presencial nº 008/2021, empresa A. S. Oliveira & Cia Ltda. vai fornecer açúcar e café para a Câmara Municipal de Manaus (CMM) por um ano a preços cobrados pelos produtos bem cima do valor praticado nos supermercados de Manaus.
Segundo a reportagem, o resultado da licitação foi publicado no Diário Oficial Eletrônico do Legislativo Municipal (e-DOLM) desta quarta-feira (23). Os produtos são açúcar cristal, da marca Itamarati, e café da marca Kimimo. Pelo quilo do açúcar, a CMM vai pagar o valor unitário de R$ 5,83. Já pelo pacote de 250 gramas de café o valor será de R$ 7,75.
No supermercado DB da Avenida Umberto Calderado Filho, em Adrianópolis, zona centro-sul, os mesmos produtos custavam nesta quarta-feira R$ 3,69 (açúcar Itamarati) e R$ 5,95 (café Kimimo). Em outro supermercado próximo, o Carrefour, os produtos são mais baratos. O café custa R$ 5,69 e o açúcar R$ 3,19. Nesse comparativo, a CMM está pagando 82% a mais no preço do açúcar e 36% a mais no do café.
Para manter a CMM abastecida por 12 meses, a CMM vai comprar 4.200 quilos de açúcar, pagando R$ 24.500, e 1.900 quilos de café (7.600 pacotes de 250 gramas), pagando R$ 58.900, totalizando R$ 83.400 no pregão.
Desde o início da pandemia, em março do ano passado, as atividades presenciais na CMM estão restritas, o que diminui a presença de visitantes e servidores no Legislativo. Apesar da liberação às pessoas para frequentar o prédio, ainda há regras para evitar aglomerações. Parte dos servidores trabalham presencialmente e outra parte, home office.
A empresa vencedora do pregão presencial, A.S. Oliveira & Cia Ltda., tem como atividade principal o comércio varejista de artigos de papelarias. Entre as 41 atividades secundárias da empresa, que inclui até transporte escolar, aparece o comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios.
Exigência
O presidente da Câmara Municipal de Manaus, vereador David Reis (Avante), alega que o pregão seguiu os trâmites da lei e justifica o alto preço à exigência dos processos administrativos. “Existem três propostas e a menor é declarada vencedora. Todo o processo foi dentro do que a lei exige”, justifica.
David argumentou que o fornecedor trabalha com oscilações do mercado, e que a entrega não é contínua, para justificar o preço fora da média. “Eu gostaria muito que o poder público pudesse fazer compra dentro do Nova Era, mas não é possível”, disse. “Não fui eu quem encareci o preço. Infelizmente, para o poder público tudo é mais caro”, enfatizou.