A operação “Coalizão pelo Bem”, deflagrada nesta sexta-feira (18/06) pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), já prendeu 14 pessoas, entre elas dois líderes envolvidos nos ataques criminosos ocorridos no Amazonas e integrantes de uma estrutura de lavagem de dinheiro, financiada pelo tráfico de drogas.
De acordo com o governador Wilson Lima, a ação em parceria com o Estado do Rio de Janeiro dá continuidade à operação “Mão de Ferro”, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), no intuito de prender todas as pessoas que praticaram ações criminosas na capital e no interior do Amazonas.
“Eu havia dito que não iríamos descansar enquanto não tivéssemos prendido todos os envolvidos, e hoje nós concluímos essa primeira etapa. Nós prendemos todos os envolvidos naqueles atos que foram realizados aqui na capital e alguns municípios do interior. Todos irão pagar com o devido rigor da lei. Mais uma vez o compromisso do Amazonas de combater com uma mão forte o tráfico de drogas. E temos dado respostas muito significativas”, afirmou Wilson Lima.
Combate ao tráfico
O governador acrescentou que, no ano passado, mais de 19 toneladas de drogas foram apreendidas pelo Governo do Estado, e em 2021, a quantidade já chega a 11 toneladas, mostrando o empenho das forças de segurança em combater o tráfico e a criminalidade.
“As nossas forças de segurança têm recebido um suporte de estrutura muito grande, como a Base Arpão, armamento pesado, como fuzis e metralhadoras, lanchas blindadas, que nunca tinha acontecido no Estado do Amazonas. Agora temos condições de ir para esse enfrentamento, junto à bandidagem, para evitar que o tráfico prospere no Amazonas”, completou.
‘Coalizão pelo Bem’
A operação “Coalizão pelo Bem” foi deflagrada nesta sexta-feira (18/06), de forma simultânea no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará. A ação prendeu até o final da manhã de hoje 14 pessoas, sendo cinco em Manaus, sete no Rio de Janeiro e duas em São Paulo. As diligências ainda estão em curso.
A operação é fruto de ampla investigação da Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai) da SSP-AM, responsável por efetuar prisões no Rio de Janeiro, além do apoio do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera) e da Força Nacional de Segurança, que cumprem mandados de prisão em Manaus.
No Rio de Janeiro, as investigações levaram à prisão de dois líderes de uma facção criminosa do Amazonas, que ordenaram os ataques na capital. Foram presos Marcelo da Silva Nunes, o “Marcelão”, cunhado do traficante Gelson Carnaúba; e Pedro da Silva de Carvalho, responsável pela gerência financeira da organização criminosa.
A operação em conjunto apontou, ainda, uma forte ligação do grupo criminoso do Rio de Janeiro com o Amazonas, através de uma estrutura que se valia do sistema bancário e de empresas de fachada para repasse de dinheiro. Em um ano e meio, o valor chegou a mais de R$ 126 milhões.
Os recursos seriam utilizados para o fortalecimento da facção no Amazonas, que comanda territorialmente a rota do tráfico na Tríplice Fronteira Amazônica, e aquisição de armas e drogas para o grupo no Rio de Janeiro.
Os trabalhos da Polícia Civil, por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e o Departamento de Geral de Combate à Corrupção, Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), também resultaram na apreensão de quatro veículos de lixo, além de dinheiro em espécie.
Balanço
Conforme dados da SSP-AM, as ações até o momento já identificaram e prenderam 81 pessoas, pelo envolvimento nos ataques criminosos na capital e em municípios do interior. Somente na capital foram realizadas 45 prisões. Em seis municípios foram presas 34 pessoas e outras duas no Rio de Janeiro. Dois adolescentes também foram apreendidos.
“Essa é uma resposta que está sendo dada de imediato para a população, o trabalho integrado da Polícia Civil do Amazonas, junto da Secretaria de Inteligência. Houve algumas críticas contra o nosso sistema de inteligência, como se ele não estivesse atuando. Quero parabenizar toda a equipe que está fazendo um trabalho brilhante de combate à criminalidade”, destacou o secretário de Segurança Pública, Louismar Bonates.