O Governo do Estado, por intermédio da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), concluiu o levantamento iniciado nesta semana para avaliar os impactos da cheia recorde do Rio Negro nas áreas de intervenção do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim).
O levantamento foi realizado pelas subcoordenadorias de Planejamento, Controle e Gestão e de engenharia da UGPE, através de visitas nos residenciais do programam, onde puderam avaliar o nível das águas em relação às áreas do Prosamim.
O Prosamim é um programa de saneamento que busca solucionar problemas socioambientais que afetam a população da capital, especificamente os moradores de leitos de igarapés ou áreas alagadiças abaixo da cota de 30 metros do Rio Negro.
O programa, durante seus 15 anos de existência, já retirou dos riscos das alagações mais de 82 mil pessoas localizadas nas zonas sul e oeste da capital, essas zonas da cidade são banhadas pelas bacias do São Raimundo e do Educandos, que sofrem influência direta do nível das águas do Rio Negro.
Durante o levantamento, as equipes técnicas das subcoordenadorias avaliaram as condições ambientais e sanitárias existentes, observando o nível das águas dos igarapés e suas possíveis interferências nas áreas.
O levantamento realizado pela UGPE utilizou o software OpenFlows Flood, que através de modelagens virtuais, simula inundações e os possíveis impactos em áreas urbanas, ribeirinhas e costeiras. O software utiliza modelos numéricos especialmente distribuídos para simular processos hidrológicos e hidráulicos que ocorrem nas bacias dos rios, incluindo a precipitação, infiltração, fluxo de canal e fluxo subterrâneo.
O subcoordenador de Planejamento, Controle e Gestão da UGPE, Leonardo Barbosa, afirma que o relatório foi construído a partir dos dados técnicos coletados em campo pelos engenheiros e arquitetos, somados aos dados das simulações do software OpenFlows FLOOD, a partir das projeções para a cheia, previstas pela CPRM.
“As intervenções do Prosamim são planejadas levando em consideração os dados históricos de cheia do Rio Negro, portanto, a cota de 30 metros do Rio, como parâmetro para as ações de reassentamento (retirada das famílias que vivem abaixo desta cota) e construções de novos residenciais. As projeções da CPRM para o ano de 2021 indicam a possibilidade de que o rio atinja até 30,50m. Alguns residenciais, como o Residencial Gilberto Mestrinho, no leito do Igarapé do 40, está na cota 30,20m, portanto, ainda 23cm acima do nível atual do Rio.
O nosso levantamento nos possibilita visualizar caso o pior cenário se concretize, o que impõe que façamos, preventivamente, o monitoramento e planejamento de ações emergenciais junto aos órgãos competentes, para o caso de eventual necessidade, visando sempre resguardar os beneficiários do Programa.
O subcoordenador salienta que o levantamento realizado utiliza tecnologia de ponta, inserida na metodologia BIM (Building Information Modeling), e nos possibilita quantificar os impactos conforme a progressão da cheia, estabelecendo marcos a partir dos quais se torna necessário tomar medidas imediatas de contingência, conforme a cota específica de cada residencial.
O coordenador executivo da UGPE, engenheiro civil Marcellus Campêlo, afirmou que a partir dos dados coletados e do relatório produzido, serão convocados os órgãos do estado e do município para que juntos possam ter o tempo hábil no planejamento de ações que diminuam os impactos das cheias nessas áreas.
“A intenção do nosso monitoramento é prever os possíveis impactos que a chuva pode trazer aos beneficiários do Prosamim; e articularmos ações em tempo hábil com nossos parceiros, a exemplo da Defesa Civil do Município, para garantir a segurança de nossos beneficiários”, afirmou Campêlo.