*Da Redação Dia a Dia Notícia
Nas últimas 24 horas, o rio Negro em Manaus não apresentou crescimento, permanecendo na cota de 29,95 metros, a apenas 2 centímetros de atingir o marco do recorde histórico de 2012. A razão para isso está relacionada com o nível de chuva, que já está abaixo do esperado para o período, em maior parte das bacias hidrográficas da Amazônia Ocidental.
A análise é do Boletim de Monitoramento Hidrometrológico da Amazônia Ocidental, publicado ontem (28) pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). De 27 de abril até o dia 26 de maio, a bacia do rio Negro ainda apresentava uma “tendência ao chuvoso”, com anomalia acima da mediana dos anos anteriores.
A partir de 27 de maio e até 02 de junho, a previsão é que o predomínio de chuvas sobre o rio Negro permaneça abaixo do esperado, e que entre 03 a 09 de junho, o nível de precipitação volte a se aproximar das médias do período. As informações foram obtidas pelo CPRM a partir de dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do Centro de Previsão do Clima.
Ainda refletindo a fase final do fenômeno La Niña, na última semana, o rio Negro em Manaus subiu uma média de 2 centímetros por dia. A cota alcançada no último dia 19 já é a segunda maior desde o início dos registros em 1902. A situação no Centro de Manaus, apesar de afetar muitos comerciantes, criou também um cenário de atração turística para os moradores que vão até a Praça do Relógio fazer registros fotográficos.
Municípios
Em todo o Amazonas, cerca de 450 mil pessoas e mais de 100 mil famílias foram atingidas pelas cheias. De acordo com a Defesa Civil, 58 dos 62 municípios do Estado foram impactados: 25 estão em situação de emergência, 18 em situação de transbordamento, 14 em situação de alerta e um em situação de atenção.
Em São Gabriel da Cachoeira, o rio Negro atingiu a cheia recorde na semana passada, estabelecendo 2021 como a maior cheia da série histórica da estação. O nível atual no município é 26 centímetros mais alto do que a máxima anteriormente registrada.
Em Parintins, o nível do rio Amazonas já atingiu a cheia recorde anteriormente observada na estação, definindo a cheia 2021 como a mais severa de toda a série de dados da estação. O nível atual é 9 centímetros mais alto do que a maior cheia anteriormente registrada no município.
O rio Solimões em Manacapuru atingiu 20,73 metros, de acordo com o Climatempo, nível que representa a segunda maior cheia da série histórica, igualando a cheia de 2012. Caso suba mais 5 centímetros, o rio chegará ao recorde de 2015, com 20,78 metros.
Em Nova Olinda do Norte, o rio Madeira já superou a cheia de 2014, que era a maior da história, e mais de 3.000 famílias já foram afetadas. Em Carauari, o rio Juruá também já alcançou um novo recorde histórico e o município está em situação de emergência.