Em depoimento prestado nesta quarta-feira, o ex-superintendente da Polícia Federal do Rio, Carlos Henrique Oliveira, confirmou aos investigadores que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, era investigado em um inquérito em curso na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro. Disse, porém, que nunca recebeu cobranças do presidente a respeito de investigações em andamento.
A confirmação da existência desse inquérito contra o filho do presidente é um fato considerado relevante para os investigadores, porque pode ser a prova de um interesse concreto de Bolsonaro na PF do Rio de Janeiro, e contradiz o discurso que vinha sendo adotado pelo presidente.
Ontem, após vir a público informações sobre o teor do vídeo da reunião ministerial em que vincularia trocas na PF à necessidade de proteger familiares, Bolsonaro havia afirmado em entrevista: “A Polícia Federal nunca investigou ninguém da minha família”.
Embora Carlos Henrique não tenha detalhado, trata-se de um inquérito eleitoral que investigava se Flávio Bolsonaro cometeu lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral ao declarar bens nas eleições de 2014, 2016 e 2018.
Neste ano, o caso foi encerrado com pedido de arquivamento, sem quebras de sigilo fiscal e bancário.
A investigação foi aberta a partir de valores diferentes declarados pelo senador sobre um imóvel no bairro de Laranjeiras. Em 2104, ele informou que o imóvel valia R$ 565 mil; em 2016, declarou R$ 423 mil.