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Feminicídio de Kimberly Mota, a Miss Manicoré, completa um ano; réu confesso aguarda júri popular

*Da Redação Dia a Dia Notícia

Há um ano, a jovem Kimberly Mota, com seus 22 anos, teve o corpo encontrado no apartamento do seu ex-namorado, Rafael Fernandez Rodrigues, 31, analista jurídico do Tribunal Federal do Trabalho da 11ª Região (TRT-11). Atualmente, o réu confesso aguarda uma data para ir a júri popular pelo feminicídio da Miss Manicoré.

Esse último domingo, 9 de maio, foi o primeiro Dia das Mães que Neila Mota passou sem sua filha, e hoje, dois dias depois, a mãe completa um ano sem Kimberly. Ao Dia a Dia Notícia, a mãe chegou a lembrar sobre como foi o último Dia das Mães juntas, o que viria a ser a sua despedida:

“Ela me ligou, mandou mensagem pelo Whatsapp, postou declarações e homenagens no Instagram, no Facebook. Minha filha disse várias vezes que me amava, na nossa última conversa às 22h38 da noite ela pediu que eu enviasse uma foto em que estava eu, minhas duas irmãs e minha mãe. Ela disse: – Mãe, eu preciso guardar essa foto. Lembro dela e das nossas conversas todas as noites”, contou a mãe de Kimberly, em setembro passado.

O julgamento do autor do crime começou em 9 de dezembro de 2020, presidido pelo juiz de Direito da 2.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, Anésio Rocha Pinheiro. A audiência havia sido adiada após a defesa de Rafael alegar que ele tinha problemas mentais, porém, o exame de sanidade mental atestou o contrário.

A denúncia do crime pelo Ministério Público foi apresentada no dia 15 de junho de 2020. Conforme o inquérito inserido nos autos, Rafael teria assassinado Kimberly por não aceitar o fim do relacionamento com ela.
O crime aconteceu na madrugada de 11 de maio, quando o casal estava no apartamento de Rafael, localizado na avenida Joaquim Nabuco, Centro de Manaus.

Após pegar o celular da Miss Manicoré e ler mensagens da moça com outro rapaz, Rafael foi até a cozinha, pegou uma faca e colocou em baixo do travesseiro, enquanto Kimberly tomava banho. Quando ela saiu do banheiro e se deitou, ele desferiu os golpes contra a vítima, que morreu no local.

Na noite do dia do crime, familiares foram até o apartamento do suspeito, mas não foram atendidos. Durante a madrugada de terça (12), a família recebeu a ligação da polícia informando que Kimberly havia sido encontrada morta no local. Na varanda do apartamento do suspeito, a polícia encontrou a faca usada no crime.
Rafael ainda teria tentado enrolar Kimberly em um lençol para desovar o corpo, mas acabou desistindo por ser impossível sair sem ser visto por alguém. Como o plano de sumir com o corpo não deu certo, ele iniciou uma fuga frenética.

O homem fugiu de carro de Manaus em direção a Roraima. Na BR-174, Rafael acabou capotando com o veículo e pegou carona de táxi até Caracaraí, onde fez um saque. Depois seguiu para Boa Vista, onde retirou mais dinheiro e seguiu para Pacaraima, município ao Norte de Roraima e que faz fronteira com a Venezuela. Ele foi preso na tarde do dia 15 de maio, três dias após o corpo ser encontrado.

No dia 12 de abril deste ano, o juiz Anésio Pinheiro determinou que Rafael Rodrigues seja submetido a júri popular, ainda sem data, e manteve a prisão preventiva do réu. O magistrado determinou que o Ministério Público e defesa sejam intimados após o trânsito em julgado da sentença de pronúncia.

Eles terão cinco dias para apresentar as testemunhas que vão depor em plenário e requerer diligências necessárias que possam sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa, “desde que não sejam diligências consideradas protelatórias”. Após essa fase, o processo poderá ser pautado para ser julgado em plenário.

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