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Estudo aponta que gasolina a preço justo seria a 3,60

Reprodução

Vender a gasolina a um preço justo no Brasil é possível e depende, principalmente, da mudança na política de precificação da Petrobras. Estudo realizado pelo novo Observatório Social da Petrobrás, que será lançado neste 1º de abril, junto com a campanha “Preço Justo Já!”, demonstra que é viável comercializar o litro da gasolina a R$ 3,60, um valor bem abaixo do praticado hoje no mercado nacional. Esse novo valor traria benefícios à população, que tem sofrido com os reajustes sucessivos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, sem colocar em risco a lucratividade da companhia, dos distribuidores e revendedores de combustível.

A pesquisa parte de uma análise da estrutura de custos da Petrobras, eliminando a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), modelo que a estatal utiliza desde 2016 para definir os valores dos combustíveis em suas refinarias. Apesar de cerca de 80% dos derivados do petróleo serem produzidos hoje no Brasil, o PPI segue o mercado internacional e usa a cotação do barril de petróleo e do dólar, mais os custos da importação, que incluem transporte e taxas portuárias, como principais referências para o cálculo da gasolina, criando preços fictícios para o consumidor brasileiro.

“Essa formulação de preço faz com que a Petrobrás venda combustíveis produzidos no país como se fossem importados, privilegiando grandes acionistas e multinacionais com o reajuste dos valores. Os acionistas são beneficiados pelo crescimento do lucro e as empresas estrangeiras pela oferta de preços favoráveis, que lhes permitem ampliar as suas fatias do mercado nacional”, afirma o economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

O estudo é fundamentado nos relatórios financeiros publicados pela Petrobrás e aponta que, mesmo com a disparada do dólar, os gastos com extração (lifting cost) e refino caíram e, em 2020, ficaram abaixo da média real dos últimos 16 anos. Graças à descoberta do pré-sal, a estatal registrou em dezembro passado um custo de extração de petróleo por barril na ordem de R$ 67,60 e de refino, de R$ 8,67. É importante salientar que a maior parte do gasto em dólar da companhia concentra-se na extração, onde há maior demanda de serviços de empresas estrangeiras, como, por exemplo, o aluguel de plataformas.

Para chegar ao valor de R$ 3,60, a pesquisa se baseou em variáveis reais e não nas do mercado financeiro internacional. O cálculo considerou o valor que a Petrobras gasta para extrair petróleo no Brasil, mais os custos da importação de derivados e do refino e outros gastos, como custos de exploração e desenvolvimento, que não são divulgados pela empresa. O resultado é um preço justo e praticável, que assegura à Petrobrás 100% de lucro operacional para a extração e o refino da gasolina.

Veja os números:

Realização Petrobrás – R$ 1,17
Etanol – R$ 0,78
ICMS – R$ 0,90
Impostos federais – R$ 0,44
Distribuição e transporte – R$ 0,30
Total – R$ 3,60

Observatório Social da Petrobras 

Um tuitaço em defesa do preço da gasolina justo e verdadeiro vai marcar o lançamento do Observatório Social da Petrobrás (OSP), nesta quinta-feira, dia 1° de abril.

Organização da sociedade civil, o Observatório surge pelo esforço e parceria de vários trabalhadores e pesquisadores brasileiros que defendem uma Petrobras pública, atuando em prol da população e desempenhando seu verdadeiro papel de protagonista no desenvolvimento do país. O OSP vai monitorar, fiscalizar e divulgar estudos sobre a empresa e as consequências do seu desmonte e da sua privatização. O Observatório vai mostrar ainda que é possível ter uma Petrobras a serviço dos interesses nacionais, uma Petrobras para os Brasileiros.

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