“Pretendo correr o país e participar dos debates. Um dos temas que irei defender será a questão ambiental, assim como fiz no meu primeiro discurso como deputado federal, em 1983, quando ninguém falava em meio ambiente”, disse. A informação também foi divulgada hoje pelo jornal ‘Estadão’ e pelo site ‘O Antagonista’.
Em pesquisa interna, disponibilizada pelo grupo ‘Tucanos em Rede’, na manhã desta sexta-feira, Arthur já desponta como favorito e mostra engajamento junto aos eleitores do Amazonas. Em poucas horas, Virgílio já conquistou quase 50% dos votos. Em segundo lugar aparece o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, seguido pelo governador de São Paulo, João Dória, e pelo senador e ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati. A pesquisa segue com votação aberta até a segunda-feira (22), no link: https://forms.gle/nWu66u6rs4skpAUy7.
“Fui líder da oposição ao Lula. Mesmo sendo prefeito, enfrentei o governo Dilma. Sou oposição clara ao Bolsonaro. Querem pedigree melhor que esse em matéria de sou contra a tudo que aí recentemente esteve e contra o que presentemente está?”, questionou Arthur Neto, que se disse animado com a ideia de prévias amplas e legítimas. “Desta vez, o presidente Bruno Araújo está preparando prévias decentes e com oportunidades iguais para os candidatos exporem suas ideias. A anterior, em 2018, tinha um defeito de origem, porque o presidente do partido à época [Geraldo Alckmin] queria ser candidato à Presidência da República. Tive conversas duras com o então governador de São Paulo e o propus dez debates pelas prévias, nas cidades mais estratégicas do país. O Alckmin me ofereceu um debate e eu o disse que ele seria o coveiro do PSDB”, lembrou.
‘Tucano’ desde 1989 e principal liderança no Amazonas, Arthur Neto defende que é hora de reerguer o PSDB.
“É preciso que o partido se posicione. Outro dia alguém definiu o PSDB como oposição ao Bolsonaro, mas não vejo essa oposição acontecer, não como fiz ao ex-presidente Lula e com a mesma consciência limpa com a qual assinei o manifesto de intelectuais, artistas e políticos pedindo julgamento justo ao ex-presidente. Entendo que Lula não teve julgamento justo, apesar de todas as divergências que já tive com ele”, afirmou.
E, em tom de saudade, Virgílio recordou do tempo áureo do PSDB, quando foi dirigente nacional por três anos. Ele contou que 1996 foi o ano que, proporcionalmente, o partido fez mais prefeitos. “Tenho muito orgulho de termos feito o Plano o Real, de termos colocado sob controle a inflação. Minha ideia é permanecer no partido, é ajudar a promover um ajustamento nos moldes que ele já foi e deveria ser. Já disse que se todos quiserem sair, podem deixar a chave comigo”, brincou.
Desenvolvimento sustentável
Ponto forte em todos seus discursos e cargos de sua vida política, a defesa da Amazônia será, mais uma vez, a principal proposta a ser defendida por Arthur Virgílio na disputa pelas prévias do PSDB.
“A floresta em pé garante a soberania nacional, porque se continua essa brincadeira de Ricardo Salles, um ministro incompetente, de garimpeiros e de agronegócio no coração da Amazônia, o Brasil, ao meu ver, terá uma intervenção militar internacional muito clara”, alertou Arthur, por conta dos compromissos assumidos pelo país em torno das mudanças climáticas no Acordo de Paris.
Ainda nessa linha, Virgílio também criticou a falta de reconhecimento sobre a importância da Zona Franca de Manaus (ZFM) para economia do país e sua contribuição para a preservação da floresta. Para ele, o valor econômico da floresta em pé pode ser a prosperidade não só dos amazonenses, mas dos brasileiros.
“O Brasil teima em se manter cego quanto à Zona Franca de Manaus, teima numa conversa rasa sobre incentivos, e despreza as possibilidades de desenvolvimento sustentável que ela pode oferecer. O que quero é levar um novo olhar sobre a Amazônia, é despertar o orgulho e o interesse dos brasileiros para algo que o mundo inteiro já enxerga”, concluiu.
As prévias do PSDB foram confirmadas para outubro deste ano. A primeira etapa do processo deve ser realizada em abril, com a criação de uma comissão partidária. As regras da eleição interna precisam ser aprovadas pela executiva do partido até 15 de junho, de forma que os candidatos poderão oficializar candidatura nos primeiros dias de agosto.