O epidemiologista da Fiocruz-Amazônia, Jesem Orellana disse que o que aconteceu em Manaus deveria ter servido de alerta para o restante do Brasil em relação a um novo pico de casos, internações e mortes pela Covid-19. Segundo o pesquisador da Fiocruz, a capital do Amazonas foi um “evento sentinela” sobre o colapso que o Brasil passa a enfrentar agora com o segundo avanço da doença.
O Amazonas foi um dos primeiros estados do país a viver um novo surto de Covid-19. Desde o final de 2020, o estado voltou a registrar uma alta no número de casos, internações e óbitos por complicações da doença. Manaus é, até o momento, a cidade mais afetada. Dos 322.227 casos confirmados no Amazonas até esta sexta-feira (5), 149.184 são na capital (46,30%) e o número de mortes é de quase 8 mil. Do início deste ano até o dia 2 de março foram mais de 4 mil óbitos só na cidade.
“Se você voltar para 2020 percebe um duplo equívoco de gestão no Brasil. O que aconteceu lá foi exatamente o que está acontecendo agora. Isso porque Manaus funciona como um evento sentinela, que é aquele lugar que te dá uma informação que pode ser útil para você evitar problemas parecidos. E Manaus deu essa informação em 2020 para muitas capitais. Muitas entenderam o recado, mas a maioria falhou. E agora, em 2021, temos a mesma coisa. Diferentes governos estaduais, municipais, demorando a tomar medidas e a gente chega nessa situação que estamos vivendo hoje”, explicou.
No entanto, o epidemiologista acredita que, apesar do agravamento da crise no restante do país, cenas, como as da falta de oxigênio que aconteceram em Manaus não devem se repetir com a mesma intensidade.
*As informações são do G1 Amazonas