A Shondaland, produtora de Shonda Rhimes, está enfrentando mais uma prova de fogo neste fim de semana. Criadora de Grey’s Anatomy e de outros sucessos como Scandal e Station 19, a norte-americana agora aguarda a repercussão sobre Bridgerton, sua nova série e a primeira produzida para a Netflix. A produção formada por oito episódios foi lançada nesta sexta-feira (25) na plataforma de streaming.
A história de Bridgerton adapta o livro O Duque e Eu, o primeiro de uma série de nove volumes escrita pela americana Julia Quinn. No centro da trama ambientada na Inglaterra regencial, do século 19, está Daphne (Phoebe Dynevor), filha mais velha da família Bridgerton.
Insegura, mas focada em sua vida pessoal, ela acaba de entrar para a alta sociedade londrina a fim de encontrar um bom marido e seguir em sua busca por um amor verdadeiro. A missão fica complexa a partir do momento em que o irmão dela, Anthony (Jonathan Bailey), começa a descartar todos os pretendentes, principalmente o atraente Duque de Hastings, Simon Basset (Regé-Jean Page).
A direção de arte e a trilha sonora, formada por regravações instrumentais de sucessos de Ariana Grande e Taylor Swift, são alguns dos destaques da produção, conforme antecipado pelos teasers da Netflix.
Recepção
Ao que tudo indica, a nova empreitada da Shondaland manterá a tradição de cativar seus fãs. Desde o lançamento, ainda na madrugada desta sexta, as redes sociais tem enaltecido o novo trabalho da produtora: o nome de Shonda e a tag #bridgertonnetflix aparecem entre os termos mais comentados do Twitter.
“De verdade, que série! Salvando o finzinho de 2020 contando a história do livro da Julia Quinn”, agradeceu um usuário. “A cena do jardim perfeita. Idêntica. Cada detalhe, cada fala, ação gesto. Obrigada, Shonda”, elogiou outra pessoa, sobre uma cena específica, agradecendo pela fidelidade. “Shonda, você vai pagar terapia pra mim”, brincou um terceiro.
A crítica especializada também ficou admirada com o resultado final de Bridgerton. O site Rotten Tomatoes crava 97% de aprovação dos críticos nesta sexta-feira. No levantamento com o público em geral, a porcentagem cai para 83% – índice considerado alto na plataforma.
Antes mesmo da estreia, sites especializados em televisão já haviam assistido e elogiado a produção. A sensação de escapismo proporcionada pela série foi um dos elogios mais comuns. “Bridgerton é uma sacudida de alegria e romance ao final de um ano que, para a maioria de nós, faltou”, definiu o jornal London Evening Standard.
A luta feminina também foi outra característica exaltada pelos especialistas. Lorraine Ali, do Los Angeles Times, elogiou a evolução dos personagens ao longo da trama, já que “Bridgerton pode deliciar-se acima de tudo em derrubar as realidades históricas da repressão feminina com uma narrativa detalhada do despertar sexual de Daphne”.
Semelhanças e diferenças
A diferença de Bridgerton para os outros trabalhos de Shonda é evidente: esta é a primeira vez que ela produz e se envolve com alguma série de época. Além disso, o roteiro também apresenta algumas características que vão acabar remetendo a outras produções – tudo por conta da forma como a produtora adaptou a obra de Julia Quinn.
Uma das personagens que causa no seriado é Lady Whistledown, uma mulher misteriosa que transita na aristocracia britânica falando fofocas dos casais e dos participantes dos bailes de gala. Na série, ela aparece como uma voz em off e, pelo teor do texto, vai fazer os espectadores lembrarem de Gossip Girl, sucesso da TV entre 2007 e 2012. A narração é de Julie Andrews. A diferença é que o público conseguirá descobrir quem é a mulher ao final da temporada, dilema que se arrasta pelos oito episódios.
Outra boa sacada da produção é como a questão racial ficou de lado: brancos e negros convivem normalmente, mesmo sendo uma história ambientada nos anos 1800. Shonda deve ganhar pontos por essa adaptação, tornando a trama um pouco mais moderna e diversa.