Deputados de grupos parlamentares ligados à relação Brasil-China vão pedir o afastamento de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) da presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara. O documento deve ser protocolado semana que vem, quando haverá sessão no plenário da Casa.
A articulação dos deputados acontece após Eduardo dizer no Twitter que o programa Clean Network, que o governo declarou apoio, protege seus participantes de invasões e violações de informações particulares e a iniciativa afasta a tecnologia da China, além de evitar a espionagem do país asiático.
A Embaixada da China reagiu e falou em consequências negativas pela manifestação do parlamentar.
A movimentação para pedir o afastamento de Eduardo é encabeçada pela presidente do grupo parlamentar de apoio as relações entre os países do BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Perpétua Almeida (PCdoB-AC). O pedido tem apoio dos presidentes da frente parlamentar Brasil-China, Fausto Pinato (PP-SP), e da frente de Amizade Brasil-China, Daniel Almeida (PCdoB-BA). O grupo procura apoio da bancada ruralista. A China é um dos principais parceiros econômicos do Brasil.
“A disputa dos Estados Unidos com a China é uma briga de potências, de gigantes para ver quem vai dominar a próxima revolução tecnológica. Como o Brasil vai se posicionar numa briga de potências? Brigando com todo mundo? Nossa preocupação tem que ser com os interesses do Brasil”, disse Perpétua.
Em razão da pandemia do novo coronavírus, as comissões não funcionam na Câmara. Com isso, Eduardo segue como presidente até que uma nova comissão seja instalada e um novo presidente eleito.
“É que não existe nenhuma comissão instalada, devido à pandemia. Mas o presidente anterior continua respondendo administrativamente pela comissão. Então vamos levar a questão ao plenário para que seja votado o afastamento dele”, disse a deputada.
Por ser uma situação atípica, não há clareza do trâmite deste requerimento, mas para ser analisado em plenário precisará ser pautado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
* UOL